O corpo da adolescente Milian de Souza Carvalho foi exumado nesta quarta-feira (25), no cemitério Campo da Paz, em Petrolina, Sertão de Pernambuco. A garota de 15 anos estava grávida e morreu no Hospital Dom Malan (HDM), no dia 2 de maio. Segundo os familiares, ela teria sido vítima de negligência médica. A exumação foi acompanhada pela Polícia Técnica, o delegado da Polícia Civil, Gregório Ribeiro, e a mãe de Milian, Enileide de Sousa Carvalho.
A exumação foi solicitada pela Polícia Civil, pois o corpo da adolescente não foi periciado pelo Instituto Médico Legal de Petrolina (IML). “Estamos fazendo a exumação com o intuito de descobrir a real causa da morte da Milian, para angariar alguns elementos para concluir as investigações que estão em andamento”, disse o delegado.
De acordo com o delegado, após a exumação do corpo de Milian, o Instituto Médico Legal terá um prazo para fazer um relatório atestando qual teria sido a causa da morte da adolescente. “O IML terá de dez a 20 dias para concluir o laudo sobre a causa da morte e aí, posteriormente, esse laudo será enviado para a Polícia Civil. Com a conclusão do andamento da causa da morte da Milian, a gente vai poder chegar a situação se houve ou não negligência por parte do hospital ou de alguma outra pessoa”, explica.
Algumas testemunhas do caso ainda estão sendo ouvidas pela polícia. O delegado Gregório Ribeiro disse que a expectativa é que a investigação sobre a morte de Milian seja concluída o mais rápido possível. “A expectativa é que tão logo seja concluído o laudo do IML, a gente possa concluir a investigação“.
A polícia também está investigando a morte da jovem Gislaine Lopes, de 21 anos. Ela também estava grávida e morreu no Hospital Dom Malan, no 2 de outubro de 2017, por causa de uma infecção generalizada. Segundo o delegado Gregório Ribeiro, o corpo de Gislaine também deve ser exumado.“Estamos aguardando só a decisão por parte do Poder Judiciário”, afirma.
O caso
Milian de Sousa Carvalho estava grávida de cinco meses, quando deu entrada no Hospital Dom Malan, após sentir dores e perder líquido. De acordo com a família, a jovem ficou internada e dormiu sentada em uma cadeira por falta de leito. Ela teria contraído uma infecção hospitalar, causando a morte dela e do bebê durante uma tentativa de parto normal.
A mãe de Milian, Enileide de Sousa Carvalho, acredita que a filha morreu por negligência. “Um sentimento muito triste, não está sendo fácil conviver, porque a minha filha era a alegria daqui de casa. Minha filha faz muita falta. Então o sentimento é de muita revolta, porque só em pensar que minha filha poderia estar aqui comigo com meu netinho”, revela.
No dia 10 de maio, parentes e amigos de Milian e de pessoas que também morreram no HDM organizaram um protesto, e com faixas, cartazes e camisas, pediram esclarecimentos sobre os casos.
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