Órgão disse que já apura denúncias de irregularidade na área da saúde no município. Família diz que ele chegou com dores no coração, vômito e falta de ar, mas foi medicado para ansiedade.
Família de mecânico pede investigação sobre morte de jovem em hospital de Jussara |
A viúva do mecânico Alex Rodrigues de Souza, que morreu após suposta negligência médica no Hospital Municipal de Jusssara, na região noroeste do estado, pede ajuda para que o caso não seja esquecido e não fique sem resposta. A família do jovem alega que ele chegou ao hospital municipal da cidade com dor no coração, vômito, falta de ar e diarreia, mas que os médicos não investigaram a dor torácica, dizendo que ele estava com uma crise de ansiedade.
“Eu peço a promotoria que não deixe esse caso cair no esquecimento, que a promotoria tome as providências necessárias e assim descobrir o que aconteceu com o meu marido. Eu quero que eles façam justiça por mim”, disse Rafaela Aparecida Calassa.
O Ministério Público informou que já estava apurando algumas denúncias na área da saúde e que o caso já está na Justiça. “É uma ação judicial que foi proposta em 2015 em consequência de uma fiscalização que o Cremego fez em várias unidades de saúde do município. Essa ação tramita até hoje. Nós oficiamos o Cremego pedindo uma nova fiscalização para que fosse comparado com os erros encontrados antes”, disse o promotor Bernardo Morais Cavalcanti.
A mulher de Alex prestou depoimento na promotoria de Jussara. Ela contou que o marido, de 27 anos, morreu no sábado (21) após uma parada cardíaca depois de procurar a unidade de saúde e ser medicado para ansiedade.
Entretanto, os parentes alertaram para o histórico de doença cardíaca na família. “Na família dele tem [antecedentes]. O pai morreu, o vô, tios morreram. E os médicos falaram que era dele, uma dor de barriga, uma ansiedade”, disse o irmão da vítima, Márcio Oliveira Araújo.
A mulher de Alex afirma que não estava satisfeita com o atendimento de um dos médicos, depois que ele havia liberado Alex sem apurar a dor no coração. Ela disse que tentou buscar ajuda com outro profissional, mas não conseguiu.
“Questão de meia hora tive que voltar com ele para o hospital, porque ele estava perdendo a visão. Apesar de eu não querer, porque era o mesmo médico, eu voltei. Encontrei um outro médico, doutor Valdecir, saindo do hospital. Eu cheguei a implorar para ele atender meu marido. Ele falou que não.
Em nota a Secretaria de Saúde disse que já está ciente do caso e está tomando as devidas providências para averiguação sobre o falecimento do paciente. O órgão espera o relatório da necropsia do Serviço de Verificação de Óbito para se manifestar sobre o caso. O comunicado diz ainda que o paciente recebeu assistência médica durante todo o tempo.
O Conselho Regional de Medicina disse que já instaurou um procedimento para verificar se houve falhas médicas no atendimento ao paciente.
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