quarta-feira, 25 de julho de 2018

Viúva pede que MP não deixe morte de mecânico por suspeita de negligência 'cair no esquecimento', em Jussara

Órgão disse que já apura denúncias de irregularidade na área da saúde no município. Família diz que ele chegou com dores no coração, vômito e falta de ar, mas foi medicado para ansiedade.

Família de mecânico pede investigação sobre morte de jovem em hospital de Jussara

A viúva do mecânico Alex Rodrigues de Souza, que morreu após suposta negligência médica no Hospital Municipal de Jusssara, na região noroeste do estado, pede ajuda para que o caso não seja esquecido e não fique sem resposta. A família do jovem alega que ele chegou ao hospital municipal da cidade com dor no coração, vômito, falta de ar e diarreia, mas que os médicos não investigaram a dor torácica, dizendo que ele estava com uma crise de ansiedade.

“Eu peço a promotoria que não deixe esse caso cair no esquecimento, que a promotoria tome as providências necessárias e assim descobrir o que aconteceu com o meu marido. Eu quero que eles façam justiça por mim”, disse Rafaela Aparecida Calassa.

O Ministério Público informou que já estava apurando algumas denúncias na área da saúde e que o caso já está na Justiça. “É uma ação judicial que foi proposta em 2015 em consequência de uma fiscalização que o Cremego fez em várias unidades de saúde do município. Essa ação tramita até hoje. Nós oficiamos o Cremego pedindo uma nova fiscalização para que fosse comparado com os erros encontrados antes”, disse o promotor Bernardo Morais Cavalcanti.

A mulher de Alex prestou depoimento na promotoria de Jussara. Ela contou que o marido, de 27 anos, morreu no sábado (21) após uma parada cardíaca depois de procurar a unidade de saúde e ser medicado para ansiedade.

Entretanto, os parentes alertaram para o histórico de doença cardíaca na família. “Na família dele tem [antecedentes]. O pai morreu, o vô, tios morreram. E os médicos falaram que era dele, uma dor de barriga, uma ansiedade”, disse o irmão da vítima, Márcio Oliveira Araújo.

A mulher de Alex afirma que não estava satisfeita com o atendimento de um dos médicos, depois que ele havia liberado Alex sem apurar a dor no coração. Ela disse que tentou buscar ajuda com outro profissional, mas não conseguiu.

“Questão de meia hora tive que voltar com ele para o hospital, porque ele estava perdendo a visão. Apesar de eu não querer, porque era o mesmo médico, eu voltei. Encontrei um outro médico, doutor Valdecir, saindo do hospital. Eu cheguei a implorar para ele atender meu marido. Ele falou que não.

Em nota a Secretaria de Saúde disse que já está ciente do caso e está tomando as devidas providências para averiguação sobre o falecimento do paciente. O órgão espera o relatório da necropsia do Serviço de Verificação de Óbito para se manifestar sobre o caso. O comunicado diz ainda que o paciente recebeu assistência médica durante todo o tempo.

O Conselho Regional de Medicina disse que já instaurou um procedimento para verificar se houve falhas médicas no atendimento ao paciente.

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