Paciente mandou mensagens para a Drª Geysa Leal após realizar lipoaspiração. Médica também é investigada por ter feito lipoescultura em outra mulher que morreu 6 dias depois da cirurgia
Médica zomba de paciente que teve complicação grave após lipoescultura |
Uma paciente da médica Geysa Leal Correa relatou sofrer complicações após realizar um procedimento de lipoaspiração. Ela teve o intestino perfurado e está internada no Hospital Cardoso Fontes, na Zona Oeste do Rio, há mais de uma semana com o intestino perfurado.
A médica é investigada pela morte de outra mulher após cirurgia realizada no dia 16 de julho.
Em conversas com Geysa por mensagens de celular, a paciente reclamou que, mesmo tomando os medicamentos indicados, continuava com muita secreção.
“Falei para ela que estava saindo uma secreção. Eu estava muito inchada, ela me receitou vários antibióticos, vários remédios. Voltei para casa com o alívio de algumas horas, mas logo depois começou a doer de novo, começou a inchar de novo”, disse.
Em outra mensagem, a mulher contou que o caso é sério e que os alimentos que ela ingeriu estavam saindo pela cicatriz. “Eu comi uma sopa no dia anterior que cotinha tomate e agrião. Estava saindo muita secreção e nessa secreção saiu agrião e tomate. Mandei as fotos para ela.”
Em seguida, a médica respondeu com uma mensagem de áudio. Rindo, ela diz para a paciente "provar" a secreção.
“Amore, eu acho que você devia comer pra ver se é verdade, pra ver se é tomate, se é cenoura, porque isso aí pra mim, é gordura. Me desculpe, mas não fale besteira que quanto mais besteira você pensar, pior você vai ficar estressada. E me estressar à toa", disse Geysa no áudio.
"Como assim comida? Desculpa, está doida? Eu quero que você venha aqui primeiro. Eu preciso ver isso. Comida? Impossível sair comida. Se eu tivesse perfurado alguma coisa, você já tinha morrido. Então, deixa eu ver primeiro antes de você ficar falando besteira. É agrião, daqui a pouco é uma salada de fruta, uma sopa. Se você quiser, você come para provar, pra ver se é uma coisa ou outra. Eu estou brincando, desculpa. Isso é uma falta de respeito com você. Desculpa”, disse a médica rindo em uma mensagem de áudio.
O Hospital Federal Cardoso Fontes disse que não informa o estado de saúde de paciente.
Depoimento pela morte de outra paciente
Nesta quinta-feira (26), a polícia interditou a clínica da médica em Niterói, Região Metropolitana do Rio. Geysa prestou depoimento na 77ª DP durante a tarde. A chegada dela à delegacia foi tumultuada. Mulheres que disseram ser pacientes e amigas fizeram um cerco na entrada da DP.
A médica está sendo investigada pelo procedimento estético que fez em Adriana Ferreira Pinto, de 41 anos. A mulher fez uma lipoescultura no consultório de Geysa, no dia 16 de julho, e morreu seis dias depois.
Segundo a polícia, a médica adiantou no depoimento desta quinta que no local não há Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e nem ambulância.
Após o depoimento, o advogado da médica Geysa Leal falou sobre as atividades que ela está autorizada a exercer.
"Ela pode exercer e praticar qualquer ato médico. É uma lei federal que delimita que qualquer médico está autorizado e pode fazer qualquer ato médico", disse Lymark Kamaroff.
No entanto, Geysa Leal não é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, mas ela tem a capacidade de praticar qualquer ato médico inclusive inerentes à cirurgia plástica.
O Conselho Federal de Medicina considera cirurgião plástico quem fez residência na área ou tenha feito prova de títulos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Geysa é registrada apenas na Sociedade de Medicina e Cirurgia Plática e Estética, que não é reconhecida pela Associação Médica Brasileira.
Investigação Paty Bumbum
Hoje, em outro caso, mais duas mulheres que tiveram problemas depois de procedimentos estéticos prestaram depoimento à polícia. Elas são clientes de Patrícia Sílvia Santos, conhecida como Paty Bumbum, que já foi indiciada por exercício ilegal da medicina.
Paty Bumbum é acusada de aplicar silicone industrial e outras substâncias químicas não permitidas nas clientes. As duas vítimas vão passar por exames para saber que tipo de produto foi usado nas intervenções.
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