Família da mulher de 64 anos alega que traumas ocorreram no Pronto Atendimento. Caso está no Ministério Público
O descaso chega ao extremo na saúde pública, mesmo quando o paciente é idoso. Uma mulher de 64 anos, com os dois ombros fraturados, grita de dores há mais de 30 dias, em casa, à espera de uma cirurgia, depois de passar pela UPA e Santa Casa de Araraquara. Segundo a família, os traumas ocorreram no Pronto Atendimento.
A idosa Claudete dos Santos Alamino mora na área rural entre Araraquara e Matão e, no dia 24 de junho, sofreu uma convulsão e foi encaminhada até a UPA - Unidade de Pronto Atendimento de Araraquara por uma equipe de socorristas da concessionária que administra a rodovia Washington Luís.
O filho Nilton Cezar Alamino, que acompanhou a mãe durante o socorro, contou para o Portal Morada que após algumas horas na UPA, a idosa foi transferida para a Santa Casa, onde os médicos teriam constatado que ela chegou com fraturas nos dois ombros. E agora precisa de duas próteses para tentar se recuperar dos traumas, mas a Secretaria Municipal da Saúde ainda não autorizou a cirurgia, segundo o filho, que levou o caso ao Ministério Público nesta quinta-feira, dia 26.
No dia 23 de dezembro de 2017, Claudete teve o esposo assassinado na fazenda onde mora, durante um roubo. Na ocasião ela foi espancada, ficou vários dias hospitalizada e sobreviveu com algumas sequelas.
Secretaria Municipal de Saúde
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde informou por meio de nota que "recebeu neste dia 26 de julho, portanto ontem, a senhora Ivamara Perpétua Aramino, filha da paciente Claudete dos Santos Alamino. Esta relatou que a mãe teria sido espancada por bandidos em meados de dezembro de 2017. Na ocasião, recebeu forte golpe na cabeça, o que teria ocasionado crises convulsivas frequentes. Também relatou que em uma dessas crises, a paciente foi socorrida pelo SAMU e atendida na Emergência da Santa Casa de Araraquara, que constatou fratura em ambos os ombros.
Ainda segundo a filha, o cirurgião marcou o procedimento cirúrgico para correção da fratura, entretanto, no dia da cirurgia, (25/07/2018), reclamou que necessitava de material não contemplado pela tabela SUS, razão pela qual recorreu ao município.
Na ocasião, a filha da paciente foi então orientada a levar um breve relato do caso junto com os relatórios médicos e os documentos pessoais da paciente para fazer o pedido administrativo à Secretaria Municipal de Saúde, que por sua vez analisaria possibilidade do fornecimento do material para atendimento do caso.
Tais documentações são necessárias, pois existem regras que necessitam ser cumpridas para que se possa justificar o atendimento de pedido fora da rotina, já que a Secretaria é fiscalizada por órgãos internos e externos quanto à transparência das suas ações.
Reforça-se que a Secretaria se colocou e se coloca à inteira disposição da paciente e dos familiares para dirimir qualquer dúvida e prestar todos os esclarecimentos que se façam necessários."
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