quarta-feira, 25 de julho de 2018

Médica que realizou lipoescultura em pedagoga já foi processada três vezes

Médica tem inscrição atica no Conselho Regional de Medicina do Rio - Reprodução
RIO - A médica que realizou uma lipoescultura na pedagoga Adriana Ferreira, de 41 anos, que morreu uma semana após o procedimento, tem contra ela três processos cíveis por erro médico. Em todos os casos as partes autoras pediram indenização por dano moral. Num deles, a paciente alega que se submeteu ao procedimento de bioplastia de glúteos para aumento de suas medidas na região, mas afirma que não obteve o resultado pretendido, e que não teria ocorrido qualquer mudança estética após o procedimento.

Em sua defesa, segundo consta no processo, a médica Geysa Leal Corrêa alegou que o procedimento foi adequado e gerou o efeito esperado, sendo que para que fosse atingido o resultado buscado pela autora, haveria a necessidade de outras aplicações e até mesmo outros procedimentos estéticos, o que não foi possível por conta da condição financeira da autora. A Justiça pediu parecer pericial.
Todos os processos - de 2010, 2013 e 2014 - ainda estão em andamento. O GLOBO ainda não conseguiu localizar a médica, que tem consultório em Niterói, nem sua defesa.

Adriana morreu na última segunda-feira. De acordo com um parente, que pediu para não ser identificado, a professora fez uma lipoaspiração nas laterais do abdômen e um implante de gordura nos glúteos, e se recuperava bem do procedimento. No entanto, durante a madrugada da última segunda-feira ela passou mal em casa e morreu antes de ser levada ao hospital.

No Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) o registro de Geysa consta como em dia. No perfil de uma rede social, a médica oferece serviços de plástica e costuma postar imagens de pacientes antes e depois de procedimentos estéticos como o realizado por Adriana.

OUTROS CASOS INVESTIGADOS

O caso de Adriana é o terceiro registrado apenas nos últimos oito dias. Nesta segunda-feira, a modelo Mayara Silva dos Santos, de 24 anos, foi enterrada no Cemitério de Inhaúma, Zona Norte do Rio. A jovem chegou morta a uma unidade da UPA na Barra da Tijuca, na última sexta-feira, após um procedimento estético. Ela teria sido operada dentro de um apartamento na Zona Oeste, e a família sequer sabia do procedimento. O caso está registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca).

Na última semana, um outro caso ganhou repercussão mundial. O médico Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como "Doutor Bumbum", foi preso acusado pela morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos. O caso também foi registrado na 16ª DP, onde é investigado. O médico está preso desde a última quinta-feira, acusado de realizar o procedimento que causou a morte da bancária. Segundo Nelson Nahon, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), os tratamentos que Denis aplicou não têm comprovação científica.


O Globo



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