quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Após esperar mais de 6h por transferência para hospital adolescente morre dentro de ambulância





Após esperar por mais de 6h para ser transferido da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Guarapari para o Hospital Estadual Infantil de Vitória, o adolescente Flávio Walter de Abreu morreu dentro da ambulância. Flávio sofreu oito paradas cardíacas e não resistiu.

Segundo a família do adolescente houve negligência médica durante o socorro. O menino começou a passar mal após curtir o último dia de férias com o pai. “Eu o levei à UPA logo no dia seguinte, quando ele vomitou pela primeira vez. Foi medicado e ficou na casa da mãe dele”, contou  Flávio de Abreu Dias (36).

Na madrugada de quarta-feira, o menino piorou, e passou a ter convulsões. Às 3 horas, a mãe o levou ao Hospital Infantil Francisco de Assis (HFA), de Guarapari, onde Flávio, que havia completado 13 anos há menos de um mês, não foi atendido. A explicação é que o hospital só aceita paciente com até 12 anos.

A ambulância chegou às 9 horas de quinta-feira. Para a família se ele tivesse sido atendido no HFA, poderia estar vivo, por ser um hospital que possui atendimento de maior complexidade.

Causa da morte investigada

Os pais ainda não sabem a causa da morte do adolescente Flávio Walter de Abreu. A UPA de Guarapari, por meio de nota, informou que o paciente deu entrada por volta das 3h35 do último dia 25, após ter comparecido ao Hospital Francisco de Assis com quadro convulsivo.

Disse ainda que, como o quadro de Flávio se agravou, a equipe médica chamou o Samu, para que uma ambulância de alta complexidade transportasse o paciente.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o Samu foi acionado às 6h53 e que foi providenciada vaga para o paciente no Hospital Estadual Infantil de Vitória, mas Flávio morreu durante a transferência.

Já o HFA informou que Flávio não apresentava um quadro de emergência ao chegar ao hospital e, por isso, a orientação era que procurasse a UPA. “O menino, no momento da avaliação, não estava convulsionando, e permanecia deitado no colo da mãe, lúcido, apenas com uma queixa de dor de cabeça”, disse, em nota.

O corpo de Flávio foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), para determinar a causa da morte. A Secretaria Municipal de Saúde abriu uma sindicância para apurar o atendimento prestado ao paciente.


A Tribuna do Vale

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