Alehandra Vitória faria o primeiro aniversário no próximo dia 18. (Foto: Acervo da família) |
Uma bebê de 11 meses morreu depois de dar entrada no Hospital e Maternidade Arthur Gerhardt (HMAG), em Domingos Martins, com indícios de H1N1, o vírus da chamada “supergripe”.
A pequena Alehandra Vitória Houver Carvalho, que faria o primeiro aniversário no próximo dia 18, pode ter sido a 20ª vítima da doença no Estado este ano.
De acordo com o padrasto da menina, o funcionário público Darso Christo, 49, morador do distrito de Santa Isabel, os indícios começaram no sábado, com febre alta.
“Como a temperatura não baixava mesmo com medicação, levamos ela na segunda-feira ao hospital com o nariz sangrando. Ficamos das 14 às 21h e nos disseram que podíamos voltar pra casa, pois era início de pneumonia e devia ficar em observação por quatro dias”, conta Darso.
De acordo com ele, o quadro da menina só piorou, o que exigiu retornar ao hospital no dia seguinte.
“Eu acho que houve negligência médica, pois se tinham dúvidas sobre o quadro dela tinham que ter encaminhado imediatamente para o Hospital Infantil na segunda-feira e não ter nos mandado pra casa”, ponderou o padrasto.
A diretora técnica do hospital, Guadalupe Guerrero, informou que aguarda o resultado do laudo da morte para dar início a uma investigação.
“Temos responsabilidade enquanto instituição. Se houve alguma negligência, será investigada e o responsável punido”,
Segundo relatório da Secretaria de Estado de Saúde, em 2018, houve registro de 141 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Espírito Santo, sendo 44 por Influenza A (H3N2), 92 casos por Influenza A (H1N1) e cinco por Influenza B. Deste total, 19 evoluíram para óbito.
O enterro da pequena Alehandra aconteceu na tarde de ontem, em Afonso Cláudio, terra natal da família materna da criança.
“Não conseguiu diagnosticar”
Inconformada, a mãe da criança, a lavradora Cristiele Houver Vieira, 30, que reside em Santa Isabel, município de Domingos Martins, explicou que a filha chegou ao hospital com o nariz sangrando, mas mesmo assim foi orientada a continuar o tratamento em casa.
A Tribuna – Como foi o atendimento no hospital?
Cristiele Huver Vieira – A médica mandou fazer a lavagem do nariz e aspirar, depois aplicou duas injeções e disse pra esperar o próximo plantão, pois ela não conseguiu diagnosticar o que minha bebê tinha.
O que aconteceu no outro plantão?
O médico pediu raio X e falou que ela tinha um início de pneumonia, mas que podia tratar em casa. A neném chegou em casa bem, mas no outro dia precisamos voltar.
O quadro dela se agravou?
Sim. Ela tossia tão forte que perdia o fôlego e então vomitou sangue. Fui correndo para o hospital.
A família pretende tomar alguma providência?
Se for comprovada a negligência médica, sim. Quero entender o que aconteceu.
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