quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Mulher que passou por lipoescultura perdeu 20 centímetros de intestino

Gabriela Nascimento está internada no Hospital Federal Cardoso Fontes e já foi operada duas vezes após ter o intestino perfurado em um procedimento estético com a médica Geysa Leal. Ela pode passar por uma terceira cirurgia.
Mulher que teve intestino perfurado durante lipoescultura pode passar pela 3ª cirurgia
A mulher que teve o intestino perfurado durante uma cirurgia de lipoescultura
permanece internada no Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Em procedimento realizado no domingo (29), Gabriela Nascimento perdeu 20 centímetros do intestino, como mostrou o RJ2 nesta terça-feira (31).

Ela continua internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Cardoso Fontes e pode passar por uma nova cirurgia. Gabriela precisou fazer uma cirurgia às pressas, depois que os médicos descobriram que ela tinha uma obstrução intestinal.

Em conversas com Geysa por mensagens de celular, Gabriela reclamou que, mesmo tomando os medicamentos indicados, continuava com muita secreção. Gabriela teve o intestino perfurado em uma lipoescultura feita pela médica Geysa Leal.

“Falei para ela que estava saindo uma secreção. Eu estava muito inchada, ela me receitou vários antibióticos, vários remédios. Voltei para casa com o alívio de algumas horas, mas logo depois começou a doer de novo, começou a inchar de novo”, disse.

Especialidade de Geysa é otorrinolaringologia

A médica Geysa, é otorrinolaringologista, ou seja, especialista em nariz e garganta, fazia os procedimentos estéticos, segundo informações da Polícia Civil. Ela já vinha sendo investigada pela morte da pedagoga Adriana Ferreira, que morreu seis dias após uma lipoescultura.

Geysa Leal ainda responde a outros três processos por erro médico em procedimentos estéticos.

Uma nota divulgada pela assessoria de comunicação social do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro informa que ela está em recuperação pós-cirúrgica. Gabriela tem o quadro de saúde estável e sem previsão de alta.

Essa foi a segunda cirurgia que Gabriela fez desde que foi internada no Cardoso Fontes. O procedimento deste último domingo durou 6 horas. Na operação, os médicos precisaram retirar um pedaço de 20 centímetros do intestino dela.

"Existe uma preocupação muito grande se vai haver o funcionamento regular do intestino da Gabriela. Se não houver, não está descartada a possibilidade de nova cirurgia", afirmou o advogado Guilherme Frederico.

Investigação

Por causa da cirurgia, os policiais da delegacia de Icaraí, em Niterói, precisaram adiar o depoimento de Gabriela, que estava marcado para o domingo.

O relato na delegacia acontecerá quando ela for liberada da UTI.

A médica Geysa Correa já prestou depoimento na semana passada e a delegada Raissa Celles já ouviu funcionários do consultório onde Geysa fazia os procedimentos estéticos. O consultório da médica foi interdidato.

A delegada aguarda ainda o laudo da vigilância sanitária sobre as condições de higiene do consultório, uma perícia de local e a resposta a uma consulta feita ao Conselho Regional de Medicina sobre as atividades da médica.

Inicialmente, o caso de Gabriela está sendo tratado como lesão corporal culposa, quando não há intenção de ferir a pessoa.

O advogado de Gabriela diz que enquanto ela não prestar depoimento, o trabalho dele é reunir documentos para juntar ao processo criminal que deve ser instaurado contra a médica Geysa Correa.

Investigada pela morte de outra paciente

A médica Geysa Leal está sendo investigada pelo procedimento estético que fez em Adriana Ferreira Pinto, de 41 anos. A mulher fez uma lipoescultura no consultório de Geysa em Niterói no dia 16 de julho, e morreu seis dias depois.


Na semana passada, Geysa prestou depoimento na 77ª DP. A chegada dela à delegacia foi tumultuada. Mulheres que disseram ser pacientes e amigas da médica fizeram um cerco na entrada dela na DP.


Segundo a polícia, a médica adiantou no depoimento desta quinta que na clínica não há Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e nem ambulância. O local foi interditado pela polícia no mesmo dia do depoimento da médica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário