domingo, 12 de julho de 2020

Familiares acusam unidade de saúde em Cabaceiras do Paraguaçu de omitir causa da morte de paciente


Familiares de um homem que faleceu no Centro de Saúde Antônio Martins, em Cabaceiras do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano, acusam a equipe da unidade de omitir a causa da morte do paciente. O óbito ocorreu na segunda-feira (6), após José da Silva ter uma parada cardíaca.

Gildete da Silva conta que o pai, de 79 anos, foi ao centro de saúde no domingo (5), apresentando febre, mas foi orientado a voltar no dia seguinte, já que as enfermeiras da unidade não conseguiram encontrar a sua veia para a aplicação de soro.

Na segunda, quando retornou ao centro de saúde, José da Silva estava com o braço roxo e com bolhas, no local onde haviam sido feitos os furos para encontrar a veia. Gildete conta que ao ver o braço do seu pai, o médico pediu que o paciente fizesse exames do coração. Os batimentos de seu José estavam caindo. Horas depois, relata a filha, ele veio a óbito em decorrência de uma parada cardíaca.


Segundo Gildete, os familiares pediram ao médico o prontuário do paciente, mas os profissionais negaram a entrega do documento para a família, sem dar justificativa. "A gente queria o prontuário dele de domingo, pra gente saber que remédio deram porque a gente queria levar pra Santo Antônio [de Jesus] pra fazer uma biópsia, um exame pra descobrir a causa da morte dele, o que aconteceu pra ele ter essa parada cardíaca. E eles não deram, de jeito nenhum. Não teve jeito", relata a filha.
De acordo com Gildete, o pai precisou ser enterrado na manhã desta terça-feira (7) devido à rápida decomposição do corpo, o que impossibilitou a realização de exames em outra cidade. A reportagem tentou contato com a Secretaria de Saúde de Cabaceiras do Paraguaçu, mas até o fechamento desta matéria não teve resposta da pasta.
Sindicância
O diretor técnico e plantonista do Centro de Saúde Antônio Martins, Reginaldo Magalhães, informou que a parada cardíaca no idoso foi causada por sepse, uma infecção que se espalha pelo corpo. Ele acredita que não houve qualquer irregularidade no atendimento ao paciente, mas irá abrir uma sindicância interna para analisar se houve negligência ou imperícia por parte da equipe.
“Olhei o prontuário e não tinha nada errado. Mesmo assim, abri a sindicância e o resultado deve sair em cerca de cinco dias. Vamos investigar tudo direito para evitar qualquer dúvida”, frisou Magalhães em entrevista ao BNews nesta quarta-feira (8). O diretor afirmou ainda que vai averiguar o porquê de a equipe do centro de saúde ter se negado a entregar o prontuário do paciente à família.



Nenhum comentário:

Postar um comentário