quinta-feira, 23 de julho de 2020

Polícia Civil investiga denúncia de que idosa foi 'ensacada' viva no HGE

Paciente de 65 anos sofreu AVC e, segundo a família, chegou a ser levada ao necrotério

Polícia Civil investiga denúncia de que idosa foi 'ensacada' viva
O delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito Policial (DP), instaurou inquérito para apurar a denúncia de que uma idosa, de 65 anos, teria sido "ensacada" viva no necrotério no Hospital Geral do Estado (HGE), onde estava internada após sofrer um derrame cerebral. O fato teria acontecido no começo deste mês, mas, somente nessa terça-feira (21), os familiares registraram um Boletim de Ocorrência (BO). 

Aldecy da Silva Ferreira acabou morrendo, de fato, e já teve o corpo sepultado. No entanto, a irmã dela, Claudete Ferreira da Silva, procurou a polícia para pedir que o episódio seja investigado, já que acusa os funcionários da unidade hospitalar de negligência.

Ela contou ao delegado que a Aldecy teve um mal súbito em casa, no conjunto José da Silva Peixoto, no dia 2 de julho, e foi levada ao HGE por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde permaneceu sob tratamento durante um dia na área vermelha, destinada aos pacientes com quadro mais grave. 

"A denunciante contou que tomou conhecimento de que a irmã havia falecido e, ao chegar ao necrotério, percebeu que o corpo não estava lá. Ficou sabendo, no hospital, que um funcionário teria dado conta de que um paciente "ensacado" estava se debruçando. Claudete descobriu que se tratava da própria irmã, que já tinha sido retirada do necrotério e voltado para a área vermelha", relatou o delegado. No dia seguinte, a idosa faleceu.
Davino confirmou que instaurou inquérito, diante da denúncia formulada, e pretende ouvir, nos próximos dias, a equipe do HGE que prestou o referido atendimento 
Em nota, a assessoria de comunicação do Hospital Geral do Estado, negou que a paciente tenha sido "ensacava" viva, mas admitiu que chegou a informar o óbito à família enquanto a idosa ainda apresentava reflexos. 
Confira a nota, na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Hospital Geral do Estado (HGE) explica que a paciente Audecy da Silva Ferreira, de 65 anos, recebeu como causa de óbito: disfunção de múltiplos órgãos e sistemas, choque neurogênico e hemorragia subaracnóide espontânea. E afasta a tese de falecimento decorrente da falta de assistência médica. 
Ela foi admitida no último dia 2 de julho, às 9h41, com histórico de rebaixamento do nível de consciência, um dos sintomas do Acidente Vascular Cerebral (AVC). Devido à gravidade, após ser submetida à tomografia computadorizada de crânio, recebeu os cuidados multidisciplinares da equipe da Área Vermelha Clínica, incluindo a neurocirurgia.
No segundo dia de internamento, o médico plantonista observou que a usuária apresentava estado comatoso, não reagindo à dor e com diferentes tamanhos de pupilas. Antes do início do protocolo de morte encefálica, o óbito foi suscitado e informado a família, mas, durante a retirada do tubo de oxigênio, uma reação foi apresentada, sendo realizados novos procedimentos de assistência a vida. Devido à gravidade do caso, um novo estudo foi realizado, constatando: ausência de reflexo, ausência de pulsação e dilatação das pupilas. Desse modo, o óbito foi confirmado.
A Gerência do maior hospital público de Alagoas compreende a dor da perda da família e amigos, e se solidariza com todos pela perda irreparável. Também informa que está disponível para mais esclarecimentos. E acrescenta que reclamações sobre o serviço podem ser registradas no setor Ouvidoria, através do telefone (82) 3315-7458.

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