Familiares do aposentado Braz Alves Neto, 68 anos, que faleceu no último dia 11 de junho, em Recife, após ser infectado pelo novo coronavírus, ainda estão de luto, mas a dor da perda atua como um fantasma. Na noite dessa terça-feira (14), a professora Aline Alves, de 34 anos, procurou a redação do Farol para denunciar a médica Yasmine Furtado, de negligência no atendimento aos positivados pelo Covid-19.
Segundo ela, que também está infectada pelo vírus, a médica atende na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Alto da Conceição, em Serra Talhada, mas foi negligente e desatenciosa durante a consulta do pai, que não resistiu.
“Eu estou cobrando um atendimento mais humano por esta que se diz médica. Afinal, todo paciente que ela atende, é o amor de alguém. Neste posto, não estão seguindo o protocolo de atendimento para a covid-19. Meu pai deu entrada com todos os sintomas e ela (Yasmine) não mediu a saturação, e mandou meu pai ir para casa, com dipirona e vitamina c, sabendo que ele estava com os sintomas, e que tinha tido contado com quem tinha contraído. Dois dias depois, tive que levar meu pai para o Hospam, já em estado grave, e acabou falecendo no sábado”, lamentou a professora.
Segundo ela, a queixa não é contra o sistema, mas a própria médica. Aline Alves deseja que, no mínimo, a médica seja retirada do atendimento público. “Eu também estou com covid-19, e fez do mesmo jeito comigo: só passou um antialérgico. Então, todos os outros postos passam os medicamentos do protocolo, e ela coloca a gente para ir pra casa, com dipirona e vitamina c. Um desserviço total para o bairro. O sistema é ótimo, mas a médica não está honrando a profissão”, reforçou.
O OUTRO LADO
A reportagem conversou, por telefone, com a médica Yasmine Furtado, que rebateu as acusações de negligência no atendimento ao Braz Alves Neto.
“Não houve negligência e segui o protocolo orientado pela Secretaria Municipal de Saúde. O paciente (Braz) chegou com sintomas leves de gripe, e não com sintomas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), não tinha dispneia, mediquei, e marquei o exame para a covid-19 para o dia 6 de julho, depois soubemos que o paciente tinha ido para o Hospam. Agi como manda o protocolo para síndromes gripais”, relatou a médica.
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