Mãe relatou ter passado 12 horas em espera e ser forçada a ter parto normal mesmo sem dilatação. Recém-nascido teve a morte atestada na sexta-feira (20).
Família do recém-nascido fez ato cobrando justiça nesta segunda-feira (23) (Foto: Kessillen Lopes/G1) |
A família do recém-nascido Pedro Henrique Lacerda Silva que morreu após complicações no parto, realizou, nesta segunda-feira (23), um ato cobrando justiça em frente ao Hospital Geral Universitário (HGU), em Cuiabá, contra a violência obstétrica.
Por meio de nota enviada à reportagem, o HGU informou que toda a assistência foi dada ao bebê internado na UTI Neonatal, bem como o parto foi realizado dentro das normas e recomendações técnicas do Ministério da Saúde. Segundo o hospital, a evolução durante todo o trabalho de parto ocorreu sem necessidade de intervenção externa da equipe de assistência.
Pedro Henrique passou duas semanas internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e teve a morte atestada na sexta-feira (20).
“Nunca imaginei passar por isso. A dor é muito grande. Achei que sairia do hospital com meu filho nos braços, mas isso não aconteceu”, disse a mãe Luana Lacerda Pinto.
Luana deu entrada no hospital na madrugada do dia 7 de julho, foi encaminhada para um quarto de espera, onde passou mais de 12 horas em trabalho de parto.
De acordo com a mãe, a equipe do hospital realizou o parto normal. No entanto, o encaminhamento do médico afirmava que tal procedimento não era adequado por não ter dilatação necessária, o que resultou no rompimento uterino e em sequelas para o recém-nascido.
“Eu entreguei todos os papéis no hospital. Se tivessem feito a cesariana, meu filho estaria vivo. Agora espero que a justiça seja feita”, disse.
Segundo o pai do bebê, Paulo Silva, os médicos o ignoraram por várias vezes quando ele pediu para que uma cesariana fosse realizada
“Ele dizia que ele era o médico. Sempre que eu questionava, era essa a resposta que a equipe me dava”, relatou.
A irmã de Luana, Liane Lacerda, que a acompanhou no hospital, relata que a irmã sentia muita dor e implorava pela cesariana.
“Os médicos diziam para ela aguentar e esperar um pouco mais. Durante as complicações ao tentarem fazer o parto normal, eles encaminharam ela para a sala de cirurgia, mas, mesmo assim, tiraram o bebê por meio do parto normal”, contou.
Luana registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil nesta segunda-feira e deve realizar uma denúncia na Defensoria Pública, conforme orientação da polícia.
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