A Secretaria de Saúde de Lins (SP) confirmou nesta terça-feira (27) a causa da morte da menina Ketellen Moreti Martins, de 5 anos, por meningite bacteriana. O laudo informa ainda que a infecção foi pela bactéria meningococo do tipo B
Na nota, a secretaria informou ainda que tomou medidas preventivas ainda durante a suspeita do caso. A Divisão de Vigilância Epidemiológica realizou bloqueio com os parentes, escola e profissionais de saúde envolvidos em procedimentos com a criança.
Segundo a mãe de Ketellen, Ana Carolina Moretti, ela procurou atendimento na tarde do dia 10 de novembro porque a menina apresentava febre de mais de 40 graus e dores no corpo. Ela foi medicada, ficou em observação por 4 horas e como apresentou melhora, recebeu alta.
Mais tarde, a mãe retornou ao hospital, pois percebeu manchas pelo corpo de Ketellen. Nos exames feitos nesse segundo atendimento, foi constatado que a menina estava com uma forte infecção.
A garota foi mantida sob observação e a Santa Casa entrou em contato com a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) pedindo uma vaga na UTI Pediátrica, já que a cidade não possui.
Uma hora e meia depois, a Cross disponibilizou uma vaga no Hospital das Clínicas de Marília, no entanto, Ketellen não resistiu e teve uma parada cardiorrespiratória.
A família registrou um boletim de ocorrência por negligência contra a Santa Casa da cidade após a morte no dia 11. A mãe alega que o caso foi tratado como uma gripe muito forte, mas a menina já teria saído do hospital com um mancha característica no rosto. O hospital nega que houve irregularidade e que a menina não apresentou os sintomas da doença.
Atendimento na Santa Casa
O diretor clínico do Pronto-socorro da Santa Casa, Paulo Eduardo de Oliveira Quessada, alega que todos os procedimentos foram tomados, mas a evolução do caso foi muito rápida.
“Ela não apresentava naquele momento nenhum dos sintomas que indicavam uma meningite. Ela não tinha rigidez na nuca, manchas no corpo, prostração, nada que indicasse essa infecção.”
Ainda segundo o diretor, o primeiro atendimento foi feito de forma correta também, pois, foi identificada uma infecção na garganta como o foco da febre e a menina foi medicada.
“Na triagem foi constatado que ela estava com 39,8 ºC de temperatura. Uma febre alta e foi constatado a presença de placas na garganta, que indicam um quadro infeccioso nas amídalas, que justificam essa febre alta. Foi encontrado naquele momento o foco da infecção como sendo na garganta e tratado isso com o antibiótico, por isso nesse momento não tinha necessidade de um exame de sangue, porque foi encontrado o foco da infecção”, explicou.
Ainda segundo Paulo, o diagnóstico da meningite bacteriana é difícil e pode ser mascarado por sintomas semelhantes de outras infecções.
“Quando aparece os sintomas mais claros, como as manchas arroxeadas, a evolução é muito rápida, questões de horas, muitas vezes. Mas, em nenhum momento houve equivoco da equipe médica que fez o primeiro atendimento, é porque ela não apresentava nenhum sintoma que indicasse isso [meningite bacteriana] e tinha um foco da infecção que estava na garganta”, completa.
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