“Os pais não deveriam enterrar seus filhos”, esse é um ditado que é repetido especialmente em momentos de luto no dia 05 de julho, um caso que lembra esse dito popular, comoveu as redes sociais em Araguaína: a morte do pequeno David Luiz, de apenas 4 anos de idade.
Como um forte desabafo o pai, Hélio Cavalcante, publicou um texto no Facebook expressando a dor e o sofrimento de ter perdido seu filho tão pequeno apontando a falha no diagnóstico recebido pela família na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do setor Araguaína Sul (TO) e ainda a demora no diagnóstico feito no Hospital Municipal de Araguaína (HMA).
O texto foi escrito com palavras duras que mostra a revolta e desespero de um pai que não vai mais poder ver seu filho crescer.
Ainda muito abalado com a tragédia, Hélio Cavalcante conversou com nossa reportagem e disse que a família está desolada com a perda de David que era o único filho que ele tinha com a esposa, Vanderléia Costa, com quem pe casado há seis anos.
Inconformado com a perda, Hélio lembra: “Foi muito rápido, ele começou a passar mal na segunda (02), por volta de meio dia e faleceu por volta das 19 horas do dia seguinte”.
“…meu filho chegou ao UPA e Hospital municipal com a garganta inflamada, febre de 40 graus e sentindo fortes dores na barriguinha, depois de receber a especialidade da casa que é DIPIRONA, não se atentaram as fortes dores dele e a hipotermia que ele estava precisando ser transferido às pressas a uma UTI pediátrica…” (sic)
A família acredita que a demora no diagnóstico foi fator crucial entre a vida e a morte de David. “Meu filho passou a noite na UPA, fez alguns exames porém não detectou nada, só que a febre dele não baixava, mas ele só foi transferido no dia seguinte para o hospital por volta de 11 horas”.
Hélio disse que profissionais do HMA tentaram tranquilizar ele e a esposa explicando que tinha todo o aparato necessário para atender o filho, mas o médico plantonista teria demorado horas para atender a criança que só teve seu diagnóstico confirmado já no final da tarde quando passou por uma severa crise de dores e logo depois faleceu.
“Meu filho chegou com uma APENDICITE AGUDA e ESTOURADA, o que lhe causou a perca de sua vidinha, que causou o abalo de toda a nossa família, que lançou ao vento todo um futuro pela frente dessa criança que só sabia transmitir amor e mais amor” (sic)
À nossa reportagem, Hélio falou da vitalidade de seu filho: “Sempre foi uma criança muito saudável, era a alegria da nossa casa, da nossa família”, disse lembrando que o pequeno completou 4 aninhos no último dia 18.
O texto de Hélio ganhou repercussão nas redes sociais causando comoção e revolta nos internautas que se solidarizaram com a dor da família.
Sobre o texto, Hélio destacou ao Portal O Norte: “Minha intenção foi alertar a sociedade para essas mazelas da administração pública na área da saúde”.
David Luiz foi sepultado na tarde de ontem (04), no cemitério Jardim das Paineiras.
O Portal O Norte aguarda resposta da gestao da UPA e HMA para esclarecimentos sobre o caso.
Confira abaixo, o texto na íntegra:
O TEXTO A SEGUIR, É UM DESABAFO DE UM PAI
Hoje eu quero me dirigir a você que é estudante de medicina, que vive com um litro de vodka na mão, a você que entra na faculdade porquê tem o pai riquinho, que quer te ver com o estatus de estudante. Hoje eu quero me dirigir a você mesmo, estudante maconheiro, cheirador de pó que nunca pega em um livro para estudar e que se forma graças ao dinheiro do seu paizinho.
Depois que você se formar vai trabalhar na UPA, atender crianças como a minha que foi para ser atendido com um problema GRAVE e foi diagnosticado como febre. Profissionalzinho de merda que só sabe receita de dipirona para os seus pacientes. Paciente esse que quando não melhora tu vai pesquisar no google os sintomas descritos pela a mãe ou o pai que está em desespero. Você seu profissionalzinho de quinta categoria que nunca estudou, que vive em balada, olha agora no seu perfil do seu facebook ou instagram, que você vai ver que o que eu falo é verdade.
Falo isso porquê meu filho chegou ao UPA e Hospital municipal com a garganta inflamada, febre de 40 graus e sentindo fortes dores na barriguinha, depois de receber a especialidade da casa que é DIPIRONA, não se atentaram as fortes dores dele e a hipotermia que ele estava, precisando ser transferido as pressas a uma UTI pediátrica. Vocês que fazem a gestão desse açougue humano chamado de unidade de pronto atendimento, preferem esperar a lotação de uma ambulância causando demora e o alastramento da doença.
Chegando no Hospital Municipal recém criado e inaugurado com estatus de hospital pediátrico e cheio de enfermeiros fazendo o papel de médico, viram o meu sofrimento e a agonia da mãe dele vendo nosso bebezinho agonizar com a desculpa de que o doutor está chegando.
Meu filho chegou com uma APENDICITE AGUDA e ESTOURADA, o que lhe causou a perca de sua vidinha, que causou o abalo de toda a nossa família, que lançou ao vento todo um futuro pela frente dessa criança que só sabia transmitir amor e mais amor.
Pela falta de experiência, pelo descaso, despreparo e a falta de gestão do município que parece que só se preocupa com asfalto, hoje uma família chora. Chora muito a dor de perder um principe, um anjo chamado David Luiz.
Faço esse desabafo para que os país que estiverem nessa situação busquem com mais rigor o atendimento necessário e correto para seus filhos e que esses novos estudantes olhem para a sua vida, porquê brincar com as vidas alheias é desumano.
Em Assis
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