segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Médicos são contratados de forma irregular no Hospital de Acari, denuncia Cremerj

Unidade hospitalar estaria escalando profissionais para o tratamento de bebês sem pedir diploma nem comprovante de especialização. UTI neonatal pode ser fechada.


Hospital escala médicos por mensagem, sem checar formação profissional
 O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro, é acusado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) de contratar médicos para o tratamento de bebês sem exigir diploma ou comprovante de especialização dos profissionais.

O conselho alerta que pode pedir o fechamento da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do hospital.

As investigações do Cremerj começaram depois que o órgão recebeu a informação de que a unidade hospitalar estaria contratando profissionais por mensagens de um aplicativo de celular.

Rafaela Reis faz parte da equipe do conselhor e resolveu investigar a situação. Ela aceitou uma oportunidade de emprego no Hospital Ronaldo Gazolla e preencheu um formulário que recebeu pela internet. Logo em seguida, já estava no grupo de médicos do hospital.

"Eu preenchi o formulário do google que eu recebi pelo grupo. A data de nascimento eu preenchi errada e a grafia do meu sobrenome também preenchi errado para averiguar se efetivamente isso estava acontecendo. E se as pessoas estavam sendo contratadas pelo WhatsApp", comentou Rafaela, que não teve seus dados checados.

A médica que buscava um novo emprego não precisou apresentar documentos e nem mesmo falar com ninguém da unidade por telefone. Na troca de mensagens, uma funcionária da empresa pública que administra o hospital, a Rio Saúde, perguntou se Rafaela poderia começar a trabalhar no dia 2 de janeiro.

Na troca de mensagens, a médica respondeu que estava viajando, mas mesmo assim teve seu nome incluído na escala do hospital no dia 3 de janeiro.

"Isso é muito grave. A gente está colocando a vida de bebês e de pacientes da população em risco. Qualquer um pode se passar por médico e fazer o plantão lá", disse Rafaela.

O Hospital de Acari conta com uma maternidade de alto risco que é referência na região. Mas, segundo o Cremerj, poucas pessoas têm acesso às instalações porque as alas estão fechadas por falta de médicos.

Durante uma vistoria do conselho na unidade, dois bebês estavam internados na UTI, onde existem dez leitos e nenhum médico trabalhando.

Em nota, a empresa Rio Saúde disse que todos os médicos devem comprovar a formação profissional antes da contratação, e que as mensagens são apenas uma primeira etapa, para ver se eles estão interessados nas vagas.

O Cremerj agora estuda tomar medidas mais drásticas, como impedir que os médicos trabalhem na UTI Neonatal do hospital.












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