Vereadora tem ouvido os pacientes e profissionais do Hospital da Vida |
A vereadora Daniela Hall encaminhou dossiê ao Ministério Público Estadual relatando a situação de crise do Hospital da Vida. Dentre as principais reclamações está a falta de medicamentos, insumos e atraso no pagamento dos médicos, que estariam desde novembro sem receber os salários, o que pode culminar com paralisações e greves na Saúde.
De acordo com a vereadora, tanto funcionários como pacientes tem procurado o gabinete para manifestar insatisfação. Segundo Daniela, é constante a falta de medicamentos como o anti-inflamatório "Tilatil", o analgésico "Tramal Ev e o antibiótico "Cipro EV". A estrutura também estaria sem álcool nos quartos. Os profissionais mal têm o produto para realizar a assepsia das mãos.
A sala de preparo de medicações de um dos setores está sem ar condicionado e profissionais preparam a medicação "pingando suor" nas seringas. Materiais para punção venosa como abocaths faltam para crianças. Os profissionais contam apenas com abocath com agulhas grossas, sendo que o paciente que tem veias finas não aguentam a punção.
Segundo a vereadora, denúncias que chegam ao seu gabinete também dão conta de leitos enferrujados que facilitam infecções, assim como a janela do quarto 2 dos pacientes. Nesse local, pessoas internadas costumam deixar materiais pessoais. Falta pessoal para limpeza. Quando uma das funcionárias falta a outra fica sobrecarregada e há acúmulo de lixo pelo corredor.
A falta de materiais como o descarpax (coletor para material perfurocortante) para descartar materiais perfurocontantes (agulhas por exemplo) também é constante. Segundo os profissionais da Saúde os servidores são obrigados a improvisar com caixa normal de papelão correndo risco de serem contaminados. Quando se utiliza essa alternativa o material não é recolhido pelo serviço de higienização, que também teme infecção. O lixo fica acumulado até que a enfermagem retire o material para que ele não fique amontoado no setor.
"A situação é tão grave que um paciente fez cirurgia no dia 11 e necessitava do uso de uma tala gessada. Familiares foram instruídos para compra de imobilizador de joelho", destaca.
Conforme Daniela, denúncias dão conta de que tem faltado soro fisiológico de 100 ml para diluir medicamentos. A única solução tem sido desprezar 900 ml do soro de 1000 ml para poder fazer as medicações, gerando prejuízo, já que após aberto o produto não pode ser armazenado.
Materiais de cama também são insuficientes e são destinados, a maioria das vezes, para uso nos banhos no leito e os casos mais graves. "Ou seja, os demais pacientes permanecem por vários dias sem trocar os lençóis. O número é insuficiente e o que chega esterilizado também".
Faltam produtos de limpeza específicos para unidades de Saúde. No banheiro há mofo no teto e pacientes dividem espaço com insetos de toda a ordem. Panos de chão para limpeza são improvisados, não secam e causam risco de acidentes. "A gravidade chega ao ponto de um rato ter subido em cima do leito de um paciente na madrugada do último dia 17, fato denunciado pelos servidores da Saúde", alerta.
A vereadora encaminhou relatório à Promotoria de Justiça e ao secretário adjunto de Saúde Vagner da Silva Costa. "Estamos colocando o nosso gabinete a disposição para buscar saídas que possam contribuir com o bom funcionamento do Hospital da Vida e demais unidades de Saúde de Dourados", destaca a vereadora.
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