quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Hospital terceirizado para OS vai ser alvo de auditoria no Pará


Novo governador classifica como ”inaceitável e descabido” pagar R$ 31 milhões para a OS que vai gerir o Abelardo Santos, antes mesmo do equipamento estar pronto.
Hospital Abelardo Santos



O governador do Pará, Helder Barbalho, disse na última segunda-feira (7), em entrevista a emissoras de TV locais, que vai denunciar o pagamento de R$ 31 milhões feitos pelo Governo do Pará, na gestão de Simão Jatene, à Organização Social (OS) antes mesmo do Hospital Abelardo Santos ter as obras concluídas.

Barbalho explicou que o processo de licitação ocorreu sem o parecer jurídico da Procuradoria Geral do Estado, por isso vai denunciar ao Ministério Público do Pará (MPPA) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).

“É fundamental que se faça auditoria. É absolutamente inaceitável e descabido que um hospital que não está funcionando e a Organização Social que foi contratada para gerir o hospital já tenha recebido R$ 31 milhões”, afirmou Helder.

Além disso, Helber Barbalho informou que a conclusão da obra física do Hospital Abelardo Santos será concluída apenas no mês do corrente ano

Pró-Saúde

A OS escolhida para atuar no equipamento foi a Pró-Saúde.  Sabemos pelo vasto material já publicado aqui no Ataque aos Cofres Públicos que esta instituição privada tem histórico manchado por diversas irregularidades e processos.

Em junho do ano passado, a Pró-Saúde (Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar) voltou a ser responsabilizada por um desfalque nos cofres públicos de Cubatão.

Conforme já havíamos noticiado, a organização social contratada para gerir o Hospital Municipal, na gestão da ex-prefeita Márcia Rosa (PT), teve as contas de 2011 rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado.

O órgão pontuou várias irregularidades. Uma delas foi o recolhimento da famigerada taxa de administração, no valor de R$ 5.234.742,00 (correspondente a 9% do valor contratado por ano). A cobrança acaba por fazer as vezes de taxa de lucro ou vantagem econômica e, por isso, sua reprovação é entendimento pacífico da corte de contas. Afinal, OSs se dizem sem fins lucrativos.

No Rio

O caso da paciente que morreu após ser negligenciada em hospital estadual do Rio de Janeiro, também no ano passado, teve o dedo da Pró-Saúde. O Hospital Getúlio Vargas é administrado pela OS. A família anunciou na época que pretende processar o Governo e a entidade privada.

Um vídeo registrado pelo filho da vítima mostra o desespero para tentar conseguir o atendimento no hospital terceirizado. Os médicos contratados pela Pró-Saúde teriam dito que o estado dela não era grave e que deveria procurar outra unidade de saúde. Irene foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro, também gerida por OS. Horas depois teve de ser transferida de ambulância de volta para o Hospital Getúlio Vargas, onde acabou morrendo.

Assim que chegaram à unidade, os filhos colocaram Irene numa cadeira de rodas.  Ela estava visivelmente mal, com dificuldades para respirar. Depois de meia hora sem nenhum tipo de atendimento, Rangel resolveu percorrer o hospital com o celular na mão, mostrando o que os profissionais de saúde estavam fazendo, já que nenhum paciente era chamado para ser atendido.

As imagens mostram o filho da paciente entrando no consultório, pedindo socorro, mas encontrou uma médica mexendo no celular, junto com outros enfermeiros. Ele perguntou a ela o porquê de não chamar nenhum paciente. A médica disse que era necessário aguardar, que necessitava de uma ficha com o nome do paciente e que só depois disso poderia iniciar a consulta.

Muitos problemas com a terceirização

Foram muitos os episódios de precariedade no atendimento e irregularidades no uso do dinheiro público no hospital fluminense, gerido pela Pró-Saúde.


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