sábado, 11 de abril de 2020

Adolescente yanomami morreu por ‘falta de cuidados médicos’, diz entidade indígena

Risco de novas contaminações é iminente na comunidade onde vivia o garoto de 15 anos. 'Teve contato com muitas pessoas'
A Hutukara Associação Yanomami, entidade que representa os direitos dos ianomâmi fez neste sábado (11) um alerta para o iminente aumento de casos entre indígenas contaminados com o coronavírus depois da morte do adolescente Alvanir Xrixana, de 15 anos.

A associação aponta negligência nos cuidados com o indígena desde o primeiro momento em que ele apresentou sintomas da Covid-19, ha três semanas, e chama a atenção das autoridades responsáveis pela presença de garimpeiros na comunidade onde a vítima morava.

“Ele ingressou no Hospital Geral de Roraima (HGR) com sintomas respiratórios em 18 de março, mas só foi diagnosticado com COVID-19 dia 07 de abril. Durante todo esse tempo ele estava com a doença e não foi atendido com os cuidados necessários”, diz o comunicado que traça uma linha do tempo da crise de saúde do ianomâmi.

Ele deu entrada no Hospital Geral no dia 3 de abril, com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Seu primeiro teste havia dado negativo, porém teve o resultado confirmado na segunda testagem para Covid-19, na terça-feira.

“Entre 18 de março e 03 de abril ele foi dado de alta três vezes no HGR. Ele morreu por atendimento inadequado e falta de cuidados.
A associação afirma que durante todas as idas e vindas do adolescente entre o HGR e a unidade de saúde de sua comunidade,  Alvanir teve contato com muitas pessoas.

Cinco profissionais de saúde que tiveram contato com o adolescente já estão em isolamento, assim como as pessoas que estiveram com eles. Para a comunidade de Helepe, destino do adolescente após deixar o município de Alto Alegre, ao norte de Roraima, por conta da suspensão das aulas, foram enviados 20 testes rápidos até o dia 10 de abril.



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