Risco de novas contaminações é iminente na comunidade onde vivia o garoto de 15 anos. 'Teve contato com muitas pessoas'
A Hutukara Associação Yanomami, entidade que representa os direitos
dos ianomâmi fez neste sábado (11) um alerta para o iminente aumento de
casos entre indígenas contaminados com o coronavírus depois da morte do
adolescente Alvanir Xrixana, de 15 anos.
A associação aponta negligência nos cuidados com o indígena desde o
primeiro momento em que ele apresentou sintomas da Covid-19, ha três
semanas, e chama a atenção das autoridades responsáveis pela presença de
garimpeiros na comunidade onde a vítima morava.
“Ele ingressou no Hospital Geral de Roraima (HGR) com sintomas
respiratórios em 18 de março, mas só foi diagnosticado com COVID-19 dia
07 de abril. Durante todo esse tempo ele estava com a doença e não foi
atendido com os cuidados necessários”, diz o comunicado que traça uma
linha do tempo da crise de saúde do ianomâmi.
Ele deu entrada no Hospital Geral no dia 3 de abril, com Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG). Seu primeiro teste havia dado negativo,
porém teve o resultado confirmado na segunda testagem para Covid-19, na
terça-feira.
“Entre 18 de março e 03 de abril ele foi dado de alta três vezes no
HGR. Ele morreu por atendimento inadequado e falta de cuidados.
A associação afirma que durante todas as idas e vindas do adolescente
entre o HGR e a unidade de saúde de sua comunidade, Alvanir teve
contato com muitas pessoas.
Cinco profissionais de saúde que tiveram contato com o adolescente já
estão em isolamento, assim como as pessoas que estiveram com eles. Para
a comunidade de Helepe, destino do adolescente após deixar o município
de Alto Alegre, ao norte de Roraima, por conta da suspensão das aulas,
foram enviados 20 testes rápidos até o dia 10 de abril.
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