Jorge Machado era conhecido como 'Touro' por conta da saúde e, aos 61 anos, foi uma das vítimas da doença. Garoto de 12 anos também morreu com Covid-19.
Familiares e amigos de vítimas da Covid-19 falam sobre a dor de perder entes queridos |
Jorge Machado, líder comunitário da Rocinha, na Zona Oeste do Rio, era conhecido como "Touro" pela saúde de ferro que tinha. Aos 61 anos, ele foi uma das vítimas do coronavírus no estado.
Presidente da associação de moradores da Rocinha, Wallace Pereira se recorda com tristeza da última conversa que teve com o amigo.
"Ele falou comigo no zap: 'Wallace, me ajuda, eu estou com falta de ar, preciso de um hospital'. Como é que você está falando com uma pessoa por telefone, daqui a pouco a pessoa faleceu, foi embora, nunca mais vai falar com ela", disse o amigo.
Jorge Machado começou a ter febre e falta de ar, procurou a UPA da Rocinha e chegou a ser transferido para o Hospital Municipal Ronaldo Gazzolla, referência no tratamento do Covid-19. Ele deixa dois netos.
"Os governantes só falam em números, mas não falam em pessoas, no sentimento que as pessoas estão sentindo (...) Essa vida que se foi, não volta mais. Pelo menos uma palavra de conforto a família merece", desabafa o amigo Wallace.
Outras vítimas
Nesta sexta-feira (24), o RJ2 mostrou outros casos de mortes por coronavírus no Rio
Guilherme Henrique
Aos 12 anos de idade, Guilherme Henrique Gomes é a vítima mais nova da doença no estado.
Ele foi atendido no Hospital Municipal Jesus, em Vila Isabel, depois de machucar a perna. Durante a internação começou a ter falta de ar e teve que ser transferido pro Hospital Federal dos Servidores, no centro da cidade.
O paciente fez o teste de Covid-19, mas o resultado, que deu positivo, não saiu a tempo de ele se recuperar. Inicialmente, o garoto foi tratado por uma infecção bacteriana e que, por isso, os protocolos de isolamento e de proteção da equipe médica não estavam sendo seguidos.
Profissionais de saúde do local contaram que outras crianças dividiram o espaço com o menino. O Ministério da Saúde não respondeu porque o tratamento dele não foi isolado.
Mauro Sérgio
Mauro Sérgio estava no front do atendimento a pacientes no Hospital Federal de Ipanema. Dos 63 anos de vida, 25 foram dedicados à enfermagem. No último dia 15, acabou falecendo.
Era querido entre os colegas e conhecido por batalhar por melhores condições de trabalho. Ele começou a sentir os sintomas de gripe e foi internado no dia 26 de março. Era casado havia 19 anos, tinha uma filha e duas enteadas.
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