Tristeza: policial morre com sintomas de coronavírus nos braços do marido na porta do hospital
Ela
morreu nos braços do marido, dentro do carro, na porta do hospital”,
lamentou Daniel Costa Moura, primo da escrivã Raquel Monteiro de
Albuquerque. A policial, de 48 anos, faleceu no sábado à noite na porta
do Hospital Dom Zico, em Belém, capital do Pará. Muito abalada, essa foi
a única declaração da família.
Segundo
o vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Pará,
Pablo Farah, antes de ir ao hospital, Raquel chegou a ir a unidades de
emergência em hospitais particulares, com sintomas como febre alta e
falta de ar, mas não conseguiu atendimento.
“O
marido procurou atendimento em dois hospitais de emergência, mas como
estão todos superlotados, acabou indo parar nesse, que é de retaguarda.
Talvez tenha sido na hora do desespero”, lamentou o policial.
Farah
lembra que, mesmo Belém sendo o epicentro dos casos da covid-19 no
estado, Raquel não poderia ter tido seu atendimento de urgência negado.
“Urgência é para atender. Com certeza isso tudo vai ser apurado e a
família vai buscar responsabilizar esses locais”, comentou.
Ele
conta que a família agora vive mais um drama. Uma irmã de Raquel está
com suspeita da doença. “Agora à noite viemos dar apoio para conseguir
atendimento, pois uma das irmãs dela está com febre alta, dor e falta de
ar. Muito triste essa situação”, revelou Farah.
Em
nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que uma pessoa que se
identificou como marido de Raquel procurou o Hospital Dom Vicente Zico
solicitando atendimento, mas foi orientado por um servidor a procurar um
dos serviços de porta aberta do município, já que o hospital só recebe
paciente através do sistema de regulação. O homem então voltou ao
veículo.
Ainda
segundo a nota, um servidor do hospital chegou a acionar os médicos e a
direção, mas quando a equipe chegou ao carro Raquel já estava sem vida.
A
Secretaria Municipal de Saúde lamentou o ocorrido e reforçou que a
população não procure diretamente o Hospital Dom Zico, pois lá só entram
pacientes que tenham passado por avaliação em algum serviço de saúde
municipal e que possuem encaminhamento para internação.
A Polícia Civil também divulgou nota lamentando a perda da servidora, que atuava há 20 anos na corporação.
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