quarta-feira, 1 de abril de 2020

UPA diz que não conseguiu transferir idoso com suspeita de Covid-19 em Alagoas


Familiares revelaram que paciente peregrinou em busca de atendimento médico adequado



Em nota à imprensa, na noite deste terça-feira (31), o Instituto Saúde e Cidadania - ISAC, gestor da UPA Trapiche da Barra, reforçou a denúncia de descaso revelado por familiares de José Dagmar Xavier da Rocha, de 63 anos, primeiro paciente que morreu diagnosticado por coronavírus em Alagoas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Nas redes sociais, os parentes revelaram que o idoso precisava de transferência para uma unidade de saúde adequada para receber o tratamento, mas não conseguiu, apesar do quadro clínico.

De acordo com a UPA, diante do quadro de saúde que o paciente apresentava, o médico plantonista iniciou as tentativas de transferência de José Dagmar Xavier da Rocha para os hospitais de retaguarda, conforme a rede de urgência e emergência do Estado, visto que, segundo a nota, a "UPA Trapiche não é preconizada como unidade de tratamento, nem de internação".

"Como não houve sucesso nas tentativas de transferência, o paciente continuou recebendo atendimento na UPA Trapiche. Mesmo tento recebido todo o atendimento médico necessário na unidade, o paciente infelizmente não resistiu e faleceu à 1h52, do dia 30 de março, por causa do agravamento do quadro clínico, que já era grave", diz o comunicado à imprensa.
 
As denúncias dos familiares revoltaram internautas e seguidores de Renan Filho, que cobraram do governador uma resposta sobre a situação, mas até agora o chefe do Poder Executivo não falou. "Alagoas, de fato, está preparada para combater o Covid-19?", perguntou uma internauta. "Acredito que a situação está muito grave, mas não está havendo uma divulgação correta dos casos", reagiu outra. 

FILHO DENUNCIA DESCASO

O filho do idoso José Dagmar Xavier da Rocha afirmou, em entrevista ao Extra, que o pai dele foi vítima de negligência médica, já que andou por diversas unidades e não teve o atendimento adequado.  Antônio Guedes da Rocha Neto disse que só soube da causa do óbito do pai por meio das redes sociais do governador Renan Filho. 

Segundo ele, o paciente fez uma verdadeira peregrinação pelas unidades de saúde em busca de um atendimento adequado, mas acabou morrendo na UPA do Trapiche da Barra. O filho de José Dagmar conta que ele foi, inicialmente, à UPA do Jacintinho, onde a médica receitou antibiótico. Depois, após sentir falta de ar, voltou lá para atendimento e a família pediu que fizessem o exame do coronavírus, o que foi negado diante do histórico de fumante do idoso.  Com o agravamento do quadro, o idoso foi levado ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde ficou internado. Depois de dois dias, foi levado à UPA do Trapiche, onde, finalmente, ficou em isolamento. 

NOTA DO INSTITUTO SAÚDE E CIDADANIA 

Após a publicação da primeira nota, o Instituto Saúde e Cidadania - ISAC enviou outra à imprensa, suprimindo a informação sobre o drama do médico por não conseguir transferir o paciente para a rede estadual de Saúde. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário