Familiares revelaram que paciente peregrinou em busca de atendimento médico adequado
Em nota à imprensa, na noite deste terça-feira (31), o Instituto Saúde e
Cidadania - ISAC, gestor da UPA Trapiche da Barra, reforçou a denúncia
de descaso revelado por familiares de José Dagmar Xavier da Rocha, de 63
anos, primeiro paciente que morreu diagnosticado por coronavírus em
Alagoas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Nas redes sociais, os
parentes revelaram que o idoso precisava de transferência para uma
unidade de saúde adequada para receber o tratamento, mas não conseguiu,
apesar do quadro clínico.
De acordo com a UPA, diante do quadro de saúde que o paciente
apresentava, o médico plantonista iniciou as tentativas de transferência
de José Dagmar Xavier da Rocha para os hospitais de retaguarda,
conforme a rede de urgência e emergência do Estado, visto que, segundo a
nota, a "UPA Trapiche não é preconizada como unidade de tratamento, nem
de internação".
"Como não houve sucesso
nas tentativas de transferência, o paciente continuou recebendo
atendimento na UPA Trapiche. Mesmo tento recebido todo o atendimento
médico necessário na unidade, o paciente infelizmente não resistiu e
faleceu à 1h52, do dia 30 de março, por causa do agravamento do quadro
clínico, que já era grave", diz o comunicado à imprensa.
As denúncias dos familiares revoltaram internautas e seguidores de
Renan Filho, que cobraram do governador uma resposta sobre a situação,
mas até agora o chefe do Poder Executivo não falou. "Alagoas, de fato,
está preparada para combater o Covid-19?", perguntou uma internauta.
"Acredito que a situação está muito grave, mas não está havendo uma
divulgação correta dos casos", reagiu outra.
FILHO DENUNCIA DESCASO
O
filho do idoso José Dagmar Xavier da Rocha afirmou, em entrevista ao
Extra, que o pai dele foi vítima de negligência médica, já que andou por
diversas unidades e não teve o atendimento adequado. Antônio Guedes da
Rocha Neto disse que só soube da causa do óbito do pai por meio das
redes sociais do governador Renan Filho.
Segundo ele, o paciente
fez uma verdadeira peregrinação pelas unidades de saúde em busca de um
atendimento adequado, mas acabou morrendo na UPA do Trapiche da Barra. O
filho de José Dagmar conta que ele foi, inicialmente, à UPA do
Jacintinho, onde a médica receitou antibiótico. Depois, após sentir
falta de ar, voltou lá para atendimento e a família pediu que fizessem o
exame do coronavírus, o que foi negado diante do histórico de fumante
do idoso. Com o agravamento do quadro, o idoso foi levado ao Hospital
Geral do Estado (HGE), onde ficou internado. Depois de dois dias, foi
levado à UPA do Trapiche, onde, finalmente, ficou em isolamento.
NOTA DO INSTITUTO SAÚDE E CIDADANIA
Após
a publicação da primeira nota, o Instituto Saúde e Cidadania - ISAC
enviou outra à imprensa, suprimindo a informação sobre o drama do médico
por não conseguir transferir o paciente para a rede estadual de Saúde.
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