Segundo o padastro de Alice, o senhor Leandro Gonzales, no dia 18 de abril, a criança que dormia na casa dos avós maternos, acordou chorando às 5 horas da manhã, dizendo que sua cabeça estava doendo.
Os avós acordaram desesperados, observaram que Alice tremia os olhos, e estava com a boca torta, imediatamente, levaram a netinha para o Pronto Atendimento Oceania, no bairro de Manaíra.
A família disse que o hospital negou atendimento simplesmente porque faltavam 12 dias para vencer a carência do plano de saúde.
Em nota, o Hospital João Paulo II informou que a criança foi atendida com hipótese diagnóstica de meningite.
A mãe de Alice, disse que a UPA transferiu sua filha para o hospital que trata de doenças infectocontagiosas, mas ela não permaneceu nem por meia hora no Hospital João Paulo II.
Leandro e Jéssica, mãe e padastro de Alice, disseram:
“A médica que estava na UPA nos atendeu super bem, mas ela não pôde fazer muita coisa por nós, porque lá não tem o tomógrafo e Alice precisava desse exame urgente. Então ela pediu a transferência.”
Foi nesse momento que Jéssica contou à médica que Alice tinha plano de saúde Smile, então a médica ligou para o Hospital João Paulo II, que atende ao plano. Quando a família estava saindo da UPA, foi informada que o atendimento foi recusado devido à carência do convênio.
“Ligaram do hospital dizendo que foi recusado o atendimento, devido à carência do plano de 6 meses, sendo que elas estavam no plano há 5 meses. Faltando 12 dias pra completar 6 meses, eles recusaram.”
Em nota, o plano de saúde Smile disse que não houve qualquer ilegalidade.
“Reiteramos a nota de esclarecimento de nosso prestador de serviços em todos os seus termos, ao passo que nos colocamos à disposição para sanar eventuais dúvidas.”
Segundo nota do Hospital de Trauma de João Pessoa, Alice deu entrada na unidade, às 13 horas, do dia 18, no atendimento de urgência, com o corpo paralisado e a internaram na UTI.
Durante a noite, Alice passou por uma cirurgia no cérebro por conta do inchaço. No dia seguinte, os médicos disseram a Jéssica, que desconfiavam de morte encefálica.
Na segunda-feira (20) foi iniciado o processo para confirmar a morte cerebral de Alice, de acordo com Leandro. Na quarta-feira (22), a morte cerebral de Alice foi confirmada.
“O procedimento é reduzir os medicamentos até o coração parar de bater, porém o coração dela começou a melhorar. Nós mobilizamos muita gente nessa cidade, em prol de oração, em prol de reza, em prol de buscar a Deus, em prol de um milagre. E realmente foi um milagre ela se manter bem até a sexta.”
Os aparelhos foram desligados na sexta-feira (24), a família de Alice vai processar o plano e alega negligência médica da equipe do Hospital João Paulo II.
Por fim, o padastro desabafou:
“Nós acreditamos que poderia ter acontecido algo diferente se o Hospital João Paulo II, mesmo se recusando a internar a gente, fazer o atendimento primário, fazer os testes que fizeram no HU. Poderiam ter indicado pra gente o melhor, indicar pra gente ir direto pro trauma, porque a gente não perderia tempo no translado. Se eles tivessem orientado a gente, a gente teria ganhado três horas. Se eles tivessem feito o mínimo, mas nem olhar pra criança eles olharam.”
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