sexta-feira, 3 de abril de 2020

Grávida morre e família denuncia falta de atendimento no Hospital Municipal Pedro II, na Zona Oeste do Rio

Glaucia Soares chegou a ser isolada com suspeita de coronavírus, mas o resultado deu negativo. Bebê foi retirada em parto de emergência e respira por aparelhos.


A família de uma técnica de enfermagem grávida de 36 semanas denunciou que a mulher morreu sem atendimento no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. O bebê foi salvo em um parto de emergência e passou a respirar com ajuda de aparelhos. 

Glaucia Soares chegou a ser isolada com suspeita de coronavírus, mas o resultado deu negativo. O atestado de óbito indicou que ela morreu de infecção pulmonar. Ela tinha problemas respiratórios e sofria de crise de ansiedade, segundo o marido. 

A técnica de enfermagem recebeu atendimento no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, nos dias 19, 20, 21 e 22 de março. O prontuário do último dia revelou que ela chegou com falta de ar, passou por exames, recebeu medicamentos e foi liberada. 

No dia 23, Glaucia voltou passar mal e procurou o Hospital Municipal Pedro II. 

O marido dela, identificado como Ângelo, contou ao RJ2 que ela deu entrada na unidade hospitalar por volta das 16h30 com crise de ansiedade e falta de ar. A equipe médica teria tratado o caso dela como suspeita de coronavírus após a realização de uma tomografia.
 
De acordo com o marido, Glaucia ficou sem remédio, soro e tratamento.
“A minha esposa não teve assistência médica necessária naquela unidade hospitalar. Deixaram ela até 23h sem estar no oxigênio, sem estar com um acesso, sem estar entubada com a crise que ela se encontrava. Ela dizendo que tinha pneumonia, que foi fumante e que tinha crise de ansiedade”, denunciou o marido.
Ângelo contou, ainda, que a gravidade do caso só foi percebida no fim da noite. 

"Quando uma medica apareceu na sala, eu estava falando com ela no telefone. A médica pediu para que ela desligasse o telefone, ela não desligou e eu escutei a conversa. A médica perguntou pelos exames e ela disse que só tinha feito uma tomografia, que não colheram sangue para fazer exame. Quando foi tomar as devidas providencias lá no hospital, já era tarde. Ela não teve a oportunidade de conhecer a sua filha porque esse direito foi negado”, contou o marido. 

A Secretaria Municipal de Saúde disse que prestou toda a assistência durante a internação de Glaucia no Hospital Pedro II. O caso foi notificado para a Vigilância Sanitária. 

 







Nenhum comentário:

Postar um comentário