Relatos de médicos e enfermeiros infectados ou com suspeita de coronavírus se espalham e colocam em xeque a capacidade de atendimento pelo país.
O Ministério da Saúde estima que mais de dois milhões de profissionais da saúde e de segurança, assim como os familiares, podem ser contaminados.
Estados como Pernambuco, Ceará, Santa Catarina e Espírito Santo vêm
registrando uma alta no número de médicos, enfermeiros e técnicos de
enfermagem que estão fora do trabalho por suspeita de contaminação.
Só no Rio de Janeiro, quase mil e duzentos profissionais da rede
pública já foram afastados com sintomas da covid-19. Segundo um estudo
realizado pela UFRJ, o estado pode ser obrigado a reduzir a assistência
aos pacientes por falta de profissionais nas próximas semanas.
Em São Paulo, mais de três mil profissionais já apresentaram quadros
de síndrome gripal ou respiratória, em pouco mais de um mês desde o
primeiro caso positivo da Covid-19 no Brasil. Até o início de abril,
quase dois mil funcionários foram afastados apenas na rede municipal de
saúde.
Segundo o diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo, José
Erivalder Guimarães, os números são expressivos tanto na rede pública
quanto privada.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, as unidades estaduais
seguem todos os protocolos de segurança para profissionais de saúde e
pacientes. Em nota, a pasta ressaltou que qualquer colaborador com
suspeitas será afastado para proteção da sua saúde e das demais pessoas
que frequentam a unidade.
A falta de máscaras, luvas, óculos e aventais também vem contribuindo
para os altos índices de contaminação entre esses profissionais.
Entretanto, o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann,
garante que há estoque desses equipamentos para pelo menos um mês.
Na última semana, a Justiça de São Paulo determinou o afastamento de
enfermeiros do grupo de risco para o novo Coronavírus que trabalham com
acesso insuficiente aos equipamentos de proteção individual. O prazo
para o cumprimento da decisão judicial termina nesta segunda-feira (13)
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo criou canais
de denúncia para que médicos e profissionais de saúde possam relatar
falta de insumos, equipamentos de proteção ou irregularidades no
ambiente de trabalho.
Segundo o Cremesp, mais de 300 denúncias já foram recebidas desde o
início da pandemia no Brasil. Uma outra plataforma com a mesma
finalidade também já está funcionando. Segundo o Conselho Federal de
Medicina, os primeiros dados serão divulgados ainda nesta semana.
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