domingo, 12 de abril de 2020

Médicos de SP denunciam Adolfo Lutz por erro ao guardar amostras

Cremesp apontou indícios de irregularidades nos testes. Das 28,8 mil frações de sangue recebidas pelo instituto estadual, apenas 7,8 mil foram testadas 

 
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) acusou o Instituto Adolfo Lutz por indícios de irregularidades no armazenamento de amostras que devem ser submetidas ao exame para coronavírus.

Segundo o ofício encaminhado ao Ministério Público de São Paulo na sexta (10), das 28,8 mil amostras recebidas pelo instituto estadual, apenas 7,8 mil haviam sido testadas. Os números compreendem o período de 27 de janeiro até 6 de março.

Na quinta (9), a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo divulgou um boletim epidemiológico informando que mais de 30 mil exames estavam na fila para investigação no Instituto Adolfo Lutz.

Para o Cremesp, a quantidade de amostras no instituto excede "absolutamente" a capacidade de armazenamento em baixas temperaturas. Mais de 20 mil amostras foram encontradas em geladeiras indicadas para a conservação desse tipo de amostra por até 72 horas, segundo o conselho.

O Cremesp ainda destacou a capacidade de o instituto realizar apenas 1,4 mil testes por dia e também afirmou que o instituto não demonstrou como realiza o sistema de priorização de exames para casos graves como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e óbitos.

"As amostras acomodadas no instituto, em sua esmagadora maioria, estão inapropriadas ou imprestáveis para que sejam realizados testes em atendimento dos critérios e protocolos mínimos de confiabilidade", escreveram a presidente do Cremesp, Irene Abramovich, e o diretor Angelo Vattimo.

Além de acionar o Ministério Público, o Cremesp abriu sindicância para investigar as responsabilidades dos médicos e gestores do instituto.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo - que é responsável pelo Instituto Adolfo Lutz - e aguarda resposta.

R7

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