sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Após necrópsia, corpo de mulher morta depois de procedimento estético é enterrado em MG

Renata Bretas morreu nesta segunda-feira após colocar próteses de silicone nos seios e fazer lipo nas axilas. Médico afirma que morte não tem relação com cirurgia.
 
Renata Bretas, de 36 anos, morreu após fazer lipo e colocar silicone nos seios em clínica de Belo Horizonte — Foto: Reprodução/Facebook
 
O corpo de Renata Bretas, morta após fazer uma lipoaspiração nas axilas e colocar silicone nos seios, foi enterrado na tarde desta terça-feira (23), em Itabirito, na Região Central de Minas, após a realização de uma necrópsia pela Polícia Civil.
 
Também nesta tarde, o médico Frederico Vasconcelos, que operou Renata, afirmou que a morte dela não tem relação com a cirurgia. “A lipo não tem nenhuma responsabilidade nisso”, disse.
 
Vasconcelos negou que Renata tenha passado mal na sexta-feira (19), quando retornou a clínica. Segundo o médico, ela foi atendida em uma consulta de retorno pré-agendada; e ligou depois da consulta para enfermeira reclamando de dores no tronco, o que, conforme Vasconcelos, é considerado normal. Ele disse que Renata não entrou em contato com os médicos no fim de semana e estaria se sentindo bem ainda na segunda e afirmou que o mal foi súbito.
 
De acordo com Adriana Vaz, que é parente da vítima, na última quarta-feira (17), Renata, de 35 anos, realizou os procedimentos estéticos na clínica Forma, na Região Centro-Sul da capital mineira; no pós-operatório ela já teria passado mal, mas recebeu alta e voltou para Itabirito. Ainda segundo Adriana, Renata chegou a voltar à clínica na sexta-feira (19) pois estava sentindo muitas dores, lá ela teria passado mal novamente. A paciente foi liberada pelos médicos e retornou a Itabirito, conforme a cunhada. “Ontem [domingo] conversei com ela, estava bem. Hoje [segunda] ela me chamou, estava branca, com a boca espumando. Levamos para o hospital”.
 
O enterro de Renata chegou a ser suspenso nesta manhã. De acordo com Adriana, policiais civis chegaram ao velório, conversaram com os pais da vítima e sugeriram que o corpo passasse pela necrópsia – exame realizado por um médico legista, que pode apontar a causa da morte ou indícios de um crime.
 
A Polícia Civil investiga o caso e deve ouvir os depoimentos dos médicos, de testemunhas e parentes de Renata. Ainda não há um prazo definido para o resultado da necrópsia.
 
“A primeira informação que nós podemos falar, recebemos informações há poucos minutos da legista, é que não há. Não houve um erro médico que nós podemos falar que foi grotesco. Agora depende dos exames laboratoriais que serão feitos pelo Instituto de Criminalística de Belo Horizonte, IML e tudo, para definir”, afirmou o delegado .
 
Na coletiva, o médico Frederico Vasconcelos voltou a afirmar que tudo correu dentro do normal na cirurgia e que uma paciente dele nunca havia morrido após procedimentos. Disse ainda que a embolia pulmonar é de difícil diagnóstico e lamentou a morte de Renata. “O que a gente gostaria era de poder reverter isso. Queria prestar minha solidariedade à família".
 
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica disse, em nota, que a morte de Renata Avelino Bretas se trata de uma infeliz fatalidade. Disse ainda que a clínica onde a paciente foi operada é adequada e que o médico responsável pela operação tem as credenciais que o habilitam a realizar cirurgias e procedimentos estéticos como os que foram realizados na paciente.
 
A entidade afirmou ainda que todos os procedimentos cirúrgicos podem ocasionar intercorrências, mesmo com os cuidados no pré-operatório e durante a cirurgia, por questões que fogem ao controle do cirurgião.
 
Renata deixou um filho de seis anos.

O que diz a clínica


De acordo com o dono da Clínica Forma, Fernando Amaral, Renata fez a cirurgia no local e recebeu alta preenchendo todos os requisitos para isso. Disse ainda que a unidade possui a certificação e oferece todas as condições para a cirurgia e afirmou que no pré-operatório são feitos exames e consultas e a cirurgia só é feita se estiver tudo normal.
 
O médico afirmou ainda que a paciente era saudável, que não tinha histórico de embolia na família, o laudo de risco cirúrgico não apresentou nenhuma contraindicação e a alta foi “absolutamente” normal, que Renata estava bem.
 
Por G1 MG e MG2 — Belo Horizonte

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