Em redes sociais, família alega que houve negligência médica, no entanto, possibilidade é descartada pela Sesau
A tarde de ontem, foi sepultado no Cemitério Municipal São João Batista, em Presidente Prudente, o corpo de Heloyse Monteiro Contiero, 7 anos, que morreu após ficar internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Pediátrica do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo. Nas redes sociais, familiares e amigos apontam que uma medicação aplicada na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Conjunto Habitacional Ana Jacinta resultou no estado crítico de saúde da menina. No entanto, o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Valmir da Silva Pinto, afirma que “todos os esclarecimentos sobre a morte foram prestados pela equipe interna aos familiares”, e descarta “qualquer indução de erro médico”.
Segundo Caio Garcia, diretor clínico da unidade, a paciente deu entrada na UPA 24h no dia 18 de setembro, terça-feira, às 9h28, com queixa de dor no estômago e vômito. Diante dos sintomas, foi atendida pela equipe médica às 10h11, e medicada com bromoprida, ranitidina e soro fisiológico, “em doses corretamente adequadas para o peso e idade da paciente”.
“Não apresentava febre, e seu exame físico geral e do abdômen encontrava-se sem nenhuma alteração. Vale ressaltar, que na ficha de atendimento, consta que a família da paciente ‘nega alergia’ no momento da triagem”, relata o diretor clínico pelo fato de que, nas redes sociais, circula a informação de que a criança apresentou piora no estado de saúde após tomar a medicação.
Reavaliação
Segundo afirma o médico, após o término da medicação, às 12h, Heloyse aceitou o almoço oferecido pela unidade, foi reavaliada pelo mesmo médico 20 minutos depois e recebeu alta com medicação para tomar em casa, bem como orientações, quando apresentou melhora dos sintomas. No entanto, às 14h24, a criança retornou à unidade com queixas de tremores e dificuldade para respirar, quando a mãe relatou ter sido após tomar medicação na UPA.
Conforme o diretor clínico, “importante ressaltar que reações extrapiramidais como tremores, espasmos musculares, movimentos de inquietude, alterações da voz ou movimentos involuntários do rosto após o uso de bromoprida, ocorrem imediatamente após a administração da droga, e não horas após”.
Piora no quadro
Como a criança não aparentava estar bem, “foi atendida imediatamente na sala de emergência com tremores, agitação e confusão mental. Mesmo após cuidados e medicação, os sintomas pioraram gradativamente e a paciente começou a apresentar febre de 38,9ºC”, comenta o médico que, segundo afirma, inseriu a criança no Cross (Sistema Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde) e teve sua vaga negada. “Após várias tentativas, ela foi transferida às 17h25 ao HR por meio da Vaga Zero com o médico da unidade, onde necessitou intubação orotraqueal e teve várias paradas cardíacas”, pontua.
Após realizar raio-x de tórax, notou-se que o pulmão esquerdo estava “completamente apagado”. Sendo assim, a equipe passou a investigar um quadro infeccioso grave, em que foi pedido sorologia para H1N1 e febre maculosa, porém, a criança foi a óbito antes de saírem os resultados, às 20h20 de domingo, conforme o HR.
Nas redes sociais, a família diz que a piora no quadro clínico de Heloyse foi causada “pela medicação venal” com os medicamentos mencionados, “sem fazer teste alérgico”. De acordo com o diretor clínico da UPA do Ana Jacinta, a equipe pediátrica explicou que o quadro clínico da paciente não havia relação com a administração de bromoprida. “A família não aceitou enviar o corpo ao SVO [Serviço de Verificação de Óbito], a fim de verificar a causa da morte. Então, estamos no aguardo do resultado das sorologias H1N1 e febre maculosa”, ressalta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário