Nilo foi autorizado pela Justiça a retomar suas atividades normalmente | Foto: Reprodução |
A Justiça autorizou que o médico ortopedista Nilo Lemos Neto, um dos nove réus denunciados pela Operação Lama Cirúrgica, retome as suas atividades normalmente e, inclusive, volte a realizar cirurgias. A liberação foi concedida, por unanimidade, pelos ministros da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em decisão proferida na última terça-feira (02).
Nilo é acusado de falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, além de estelionato. Ele chegou a ficar três meses presos no Complexo Penitenciário de Viana, mas está em liberdade provisória desde o final de junho.
O advogado de Nilo, Patrick Berriel, destaca que a decisão unânime demonstra a credibilidade do réu e que ele não ofende a ordem pública. "A Secretaria Estadual de Saúde tem solicitado frequentemente sua atividade como cirurgião, tendo em vista sua qualidade e lisura nos procedimentos. Com essa decisão, a denúncia contra o médico Nilo se torna vazia. Acredito que, tão logo, a realidade dos fatos virá à tona e a injustiça contra o médico terá fim", ressaltou.
"Também é importante frisar que a Ansiva emitiu uma nota técnica, informando que as agulhas que possivelmente foram utilizadas em seis cirurgias são passíveis de serem reprocessadas. Mesmo assim, essa não é a função do médico Nilo. Existem pessoas na sala de cirurgia e no hospital que são responsáveis por verificar a qualidade dessas agulhas", completou o advogado.
Prisão
Nilo foi preso em casa, na Praia do Canto, em Vitória, no dia 26 de março deste ano. A prisão foi realizada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc), que também apreendeu documentos, celulares e notebooks para análise.
Nilo foi preso no dia 26 de março, no apartamento dele, na Praia do Canto, em Vitória | Foto: TV Vitória |
De acordo com as investigações, Nilo chegou a comprar um equipamento de forma irregular. O material, de origem chinesa, teria sido adquirido pelo médico por R$ 2 mil. No Brasil, o equipamento custa em torno de R$ 20 mil.
Lama Cirúrgica
A Operação Lama Cirúrgica investiga empresas e profissionais responsáveis pela reutilização de materiais descartáveis em cirurgias ortopédicas. A suspeita é de que pelo menos 52 pessoas tenham sido operadas com materiais que deveriam estar no lixo, apontou o Ministério Público Estadual.
O reprocessamento de produtos é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além de ser infração sanitária, a prática pode elevar os riscos de infecção ao paciente, bem como acarretar falhas na utilização do produto, perda de desempenho, retenção de corpo estranho, intoxicação, entre outros.
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