quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Saúde investiga médicos por morte de jovem

Pacientes são atendidos diariamente no local (Foto: Divulgação)
 
A Secretaria da Saúde de Rio Preto mandou o Comitê de Ética Médica investigar o atendimento prestado à adolescente Yasmin Florentino, de 16 anos, que morreu em 8 de julho deste ano, após ser atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jaguaré.
 
A jovem chegou até o pronto-socorro depois de ter se intoxicado por ingestão de grande quantidade de medicamentos, durante tentativa de suicídio. O laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML), porém, aponta que a jovem morreu de hemorragia interna aguda, provocada por "ação vulnerante de agente pérfuro contundente". A causa da morte apontada é anemia aguda por hemorragia interna traumática.
 
O secretário municipal de saúde, Aldenis Borin, diz que o caso foi encaminhado ao comitê da pasta porque na apuração preliminar foi constatada a necessidade de aprofundar a investigação. "Não posso dar detalhes, porque tudo corre sob sigilo, mas é um caso que depois da apuração preliminar chegamos à conclusão que não poderia ser arquivado. Se o comitê interno de ética da Secretaria de Saúde confirmar irregularidades, o relatório será encaminhado ao Conselho Regional de Medicina e os responsáveis poderão ser advertidos ou até terem o diploma cassado", alerta o secretário.
 
Aldenis não descarta encaminhar o caso também para o Ministério Público, que poderá entrar com processo contra os eventuais responsáveis pela morte da jovem.
 
A investigação na Secretaria foi aberta há dois meses a pedido da mãe da adolescente, Cristina Fioretina, que acusa os médicos da UPA Jaguaré de negligência durante atendimento da filha na UPA. Segundo boletim de ocorrência, a mãe diz que a filha, que já foi paciente do Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes, sofreu intoxicação e, levada até a UPA, ficou internada por 12 horas recebendo soro pela veia. Somente durante troca de turno, a nova equipe médica constatou que a jovem tinha entrado em coma, não reagia aos estímulos médicos e morreu em seguida.
 
Cristina suspeita de falha no atendimento, porque durante a mudança da equipe não teria ocorrido troca de informações entre os médicos, o que pode ter gerado negligência no atendimento da adolescente.
 
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde confirmou ter instaurado um processo apuratório, que já foi concluído, mas não divulga o resultado com alegação de que processo corre em sigilo.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário