domingo, 7 de outubro de 2018

Polícia Civil vai investigar morte de recém-nascido na Gota

Delegada de Defesa da Mulher, Meirilene de Castro, ouviu a mãe do bebê e solicitou ao IML exame necroscópico na vítima
 
Delegada Meirilene de Castro, da Delegacia de Defesa da Mulher (Foto: Portal Morada)
 
A Polícia Civil deve instaurar inquérito para investigar um possível erro médico, na maternidade Gota de Leite, de Araraquara, que resultou na morte de um recém-nascido. A criança nasceu na terça-feira (25) e morreu na manhã de hoje após ficar internada na UTI Neonatal do hospital.
 
A delegada Meirilene de Castro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), ouviu a mãe do bebê nesta sexta-feira (28) e registrou um Boletim de Ocorrência (BO) de morte suspeita. A delegada solicitou ao IML – Instituto Médico Legal exame necroscópico no corpo da criança e aguarda o laudo para iniciar as investigações. O documento deve ficar pronto em até 15 dias.
 
A jovem Angélica Marques Delpasso, 22 anos, ficou aproximadamente 36 horas na maternidade e, durante esse período, recebeu medicação para indução ao parto natural várias vezes.
 
A jovem contou em depoimento que, enquanto aguardava a realização do parto, no limite de sua capacidade para empurrar o bebê, notou que seu corpo expelia uma secreção pastosa esverdeada e, que ao informar um médico que a atendeu, o profissional teria dito tratar-se de fezes da criança. A médica que realizou o parto, no entanto, disse que “era coisa da bolsa.”
 
Angélica foi internada na maternidade na segunda-feira às 07h10. O pequeno Gabriel nasceu às 17h44 do dia seguinte. O parto foi realizado com o auxílio de fórceps (ferramenta que auxilia o bebê a sair da barriga da mãe) e, logo em seguida, o bebê foi levado para a UTI Neonatal em estado grave e morreu na manhã desta sexta-feira.
 
A família acusa a médica de negligente, que teria demorado demais para fazer o parto. De acordo com a Declaração de Óbito, a morte da criança ocorreu devido à insuficiência respiratória, hipertensão pulmonar, aspiração de mecônio e insuficiência renal aguda. O corpo foi encaminhado para exames no IML na tarde de hoje. A Delegacia de Defesa da Mulher acompanha o caso.
 
Gota de Leite
 
Por meio de nota, a maternidade se manifestou na manhã de hoje e disse que a médica foi afastada de suas atividades na unidade.
 
“A Diretoria Executiva da Fundação Municipal Irene Siqueira Alves “Vovó Mocinha”, a Maternidade Gota de Leite de Araraquara, informa que a médica foi afastada da maternidade até que a apuração seja concluída. Esclarece ainda que foi aberta sindicância para apurar os fatos ocorridos no dia 25 de setembro, envolvendo a gestante e o nascimento de seu bebê. A portaria foi publicada no dia 26 de setembro. Paralelamente a isso, o caso foi remetido para a Comissão de Ética Médica do Conselho Regional de Medicina. A maternidade se solidariza e se coloca à disposição para colaborar no que for necessário, sabendo que absolutamente nada supera a dor que os familiares estão sentindo.”
 

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