Segundo familiares, foram à óbito por negligência médica
GUAJARÁ-MIRIM RO – O laudo sobre os dois bebês recém-nascidos no Hospital de Guajará-Mirim e que, segundo familiares, morreram por negligência médica deve sair nos próximos dias.
De acordo com a Polícia, mãe, equipe médica e parte das testemunhas já foram ouvidas. Outras pessoas também devem ser ouvidas na próxima semana. A previsão é de que o inquérito seja concluído em 30 dias, mas o prazo pode ser prorrogado caso não haja esclarecimento concreto. Mas a Polícia acredita que o laudo tanatoscópico deve esclarecer de vez a causa da morte dos dois recém-nascidos.
Investigações
As investigações sobre o caso começaram no dia 27 de dezembro passado após familiares denunciarem um médico da unidade de saúde do município. Na ocasião, a alegação é que houve negligência por parte do profissional, e se não houvesse demora no atendimento as crianças estariam vivas.
Ao ser concluído, o inquérito será entregue ao Ministério Público de Rondônia (MP/RO), que irá decidir se oferece ou não denúncia à Justiça.
Os casos
De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O), a mãe de um dos bebês deu entrada no Hospital Bom Pastor, que tem convênio com o município no dia 1º de dezembro passado e permaneceu sem atendimento médico até o dia 3.
Pouco tempo depois do nascimento, a criança faleceu por complicações respiratórias causadas por ingestão de líquidos e fezes.
Um fato semelhante teria ocorrido com Gerlaine de Oliveira de 19 anos, moradora de Nova Mamoré, que estava com 39 semanas de gestação quando começou a sentir as primeiras contrações.
No mesmo dia 1º de dezembro, ela recebeu os primeiros atendimentos no Hospital Antônio Luiz de Macedo no município onde ela mora e depois, seguiu para o Hospital Bom Pastor em Guajará-Mirim, onde foi internada na madrugada do dia 2.
Ainda segundo o B.O o médico teria dito que o parto não poderia ser realizado, pois ela tinha apenas 2 cm de dilatação e são necessários 10 cm. Após dois dias de internação, Gerlaine tinha 5 cm de dilatação e então o médico decidiu fazer uma cesariana. No meio tempo, a criança ingeriu fezes, teve que ser entubada, não resistiu e morreu.
Defesa
Em nota, a empresa que administra o Hospital alega que “todos os procedimentos necessários foram realizados”. Confira:
A direção do Hospital Bom Pastor (HBP) informa que as pacientes citadas pela reportagem foram atendidas por equipe multidisciplinar qualificada, incluindo enfermeira obstetra, médico, anestesista e pediatra, além terem realizado todos os exames necessários na própria unidade. Segundo os prontuários médicos, diferentemente do relato publicado, as pacientes foram acompanhadas periodicamente pela equipe, durante todo o período de internação.
É importante ressaltar, ainda, que o HBP é referência em parto humanizado, cumpre o Manual Técnico de Assistência Pré-Natal do Ministério da Saúde e, desde 2016, implantou o Centro de Parto Normal na unidade. O principal objetivo é garantir que todas as mulheres recebam atenção humanizada durante a gravidez, no momento do parto, e após o nascimento do bebê. Somente neste ano, foram realizados mais de 1.000 partos na unidade.
A direção do Hospital Bom Pastor se solidariza com as pacientes e seus familiares neste momento de dor, coloca-se à disposição das famílias para esclarecer eventuais dúvidas e informa, por fim, que está colaborando com as autoridades na apuração do ocorrido.
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