quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Após 4 anos, Justiça faz audiência sobre mutirão da catarata de Barueri que cegou 14 pessoas

Em 2014, grupo formado em sua maioria por idosos passou pela cirurgia no Hospital Municipal de Barueri. Para hospital houve contaminação; para prefeitura foram anestésicos.

Pacientes podem ficar cegos após cirurgia de catarata em Barueri

A Justiça de São Paulo fez nesta terça-feira (25) a primeira audiência para ouvir os envolvidos no caso do mutirão da catarata de Barueri, na Grande São Paulo, que cegou 14 pessoas há quatro anos.

A catarata é uma doença que acontece quando o cristalino, a lente natural dos olhos, escurece e fica opaca. A cirurgia, considerada simples, consiste em trocar o cristalino embaçado por uma lente artificial.

No dia 6 de agosto de 2014, a prefeitura do município promoveu um mutirão para um grupo de 23 moradores, a maioria com mais de 60 anos, que tinham a doença, mas conseguiam ler, escrever, dirigir e até trabalhar. Eles passaram pela sala de cirurgia do Hospital Municipal de Barueri, em um mesmo dia, no entanto, 14 delas ficaram cegas de um olho.

Nesta terça-feira, dez pacientes operados na ocasião prestaram depoimento, na primeira audiência do caso, no fórum de Barueri. Além dos idosos, o médico que fez as cirurgias e um representante do hospital também foram ouvidos pelo juiz.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Barueri diz que os processos investigativos abertos à época do ocorrido estão em curso e que a Organização Social (OS) Pró-Saúde deixou a administração do Hospital Municipal de Barueri no ano seguinte ao problema.

Investigação


À época, o Fantástico conseguiu reunir onze vítimas, que relataram dor durante a cirurgia, e apurou que a investigação da OS Pró-Saúde descartou contaminação do material usado nas cirurgias.

O hospital atribuiu o problema a uma complicação rara, que ocorre quando produtos químicos, como restos de sabão e substâncias de limpeza, entram em contato com os olhos do paciente durante a retirada da catarata para implantação da lente intraocular.

Já naquela época, a prefeitura de Barueri dizia que a principal suspeita era de que os conservantes usados nos anestésicos tivessem causado o problema e descartava erro médico, já que o próprio cirurgião teria pedido investigação.

As indústrias que fabricam os três anestésicos utilizados reataram não terem detectado qualquer problema nas anestesias usadas em Barueri.

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