Em 2014, grupo formado em sua maioria por idosos passou pela cirurgia no Hospital Municipal de Barueri. Para hospital houve contaminação; para prefeitura foram anestésicos.
Pacientes podem ficar cegos após cirurgia de catarata em Barueri |
A Justiça de São Paulo fez nesta terça-feira (25) a primeira audiência para ouvir os envolvidos no caso do mutirão da catarata de Barueri, na Grande São Paulo, que cegou 14 pessoas há quatro anos.
A catarata é uma doença que acontece quando o cristalino, a lente natural dos olhos, escurece e fica opaca. A cirurgia, considerada simples, consiste em trocar o cristalino embaçado por uma lente artificial.
No dia 6 de agosto de 2014, a prefeitura do município promoveu um mutirão para um grupo de 23 moradores, a maioria com mais de 60 anos, que tinham a doença, mas conseguiam ler, escrever, dirigir e até trabalhar. Eles passaram pela sala de cirurgia do Hospital Municipal de Barueri, em um mesmo dia, no entanto, 14 delas ficaram cegas de um olho.
Nesta terça-feira, dez pacientes operados na ocasião prestaram depoimento, na primeira audiência do caso, no fórum de Barueri. Além dos idosos, o médico que fez as cirurgias e um representante do hospital também foram ouvidos pelo juiz.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Barueri diz que os processos investigativos abertos à época do ocorrido estão em curso e que a Organização Social (OS) Pró-Saúde deixou a administração do Hospital Municipal de Barueri no ano seguinte ao problema.
Investigação
À época, o Fantástico conseguiu reunir onze vítimas, que relataram dor durante a cirurgia, e apurou que a investigação da OS Pró-Saúde descartou contaminação do material usado nas cirurgias.
O hospital atribuiu o problema a uma complicação rara, que ocorre quando produtos químicos, como restos de sabão e substâncias de limpeza, entram em contato com os olhos do paciente durante a retirada da catarata para implantação da lente intraocular.
Já naquela época, a prefeitura de Barueri dizia que a principal suspeita era de que os conservantes usados nos anestésicos tivessem causado o problema e descartava erro médico, já que o próprio cirurgião teria pedido investigação.
As indústrias que fabricam os três anestésicos utilizados reataram não terem detectado qualquer problema nas anestesias usadas em Barueri.
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