Mulher está em isolamento improvisado - Crédito: Arquivo |
Uma sala fechada, sem nenhuma janela ou ventilação, é o ambiente em que há cinco dias Sandra Aparecida Montiel, 62 anos, aguarda uma vaga num hospital. Com suspeita de tuberculose, a mulher está internada desde quinta-feira da semana passada, num isolamento improvisado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim Santa Mônica, em Campo Grande. A família teme que o quadro de saúde da idosa piore, por isso clama por transferência.
“Fizeram um exame e detectaram que ela está com umas manchas no pulmão. Ela está retendo muito líquido, inchada, e os médicos não sabem o que é. Mas o pior é que ela não consegue respirar nesta sala. Estamos muito preocupados, queremos que ela vá para um hospital!”, diz Laís Montiel Casanova, filha de Sandra.
Laís diz que já procurou a Defensoria Pública, mas o prazo pedido para uma resposta quanto ao problema foi de 48 horas. “Tenho medo de que ela não tenha esse tempo. Ela está escarrando muito sangue, fica fechada naquele quarto, sem respirar, numa maca que não tem nem lençol, só recebendo remédios que não ajudam. A gente pisa no barro lá fora e depois entra pra ficar com ela. É até perigoso, queremos uma solução”, relata.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) afirmou que o caso da paciente tem um agravante com relação a indisponibilidade de leitos, pois ela paciente precisa de um leito de isolamento. “A regulação de todo e qualquer paciente se dá diante da gravidade do caso, classificação e parecer do médico regulador que é responsável por determinar a urgência de transferência. No entanto, a transferência só poderá ser concretizada mediante disponibilidade de leito por parte do hospital”, justifica a Sesau.
A secretaria afirma que Sandra está recebendo todo o atendimento necessário na UPA, e, inclusive, teria apresentado melhora, pois está sendo acompanhada por uma equipe médica e de enfermagm, que segue todos os protocolos com relação a suspeita de tuberculose, e que, inclusive.
“Reforçamos que a medicação ministrada e o tratamento por isolamento dado a paciente na UPA é o mesmo que ela teria em qualquer unidade hospitalar. Não obstante, mesmo não havendo qualquer negligência ou descaso em relação ao atendimento da paciente, a SESAU está em contato com os hospitais para tentar dar mais celeridade na transferência”, finaliza.
Desde 2014, por determinação da justiça, nenhum paciente deve permanecer internado em UPA’s por mais de 24 horas, em Campo Grande. No entanto, a determinação não vem sendo atendida e a prefeitura alega indisponibilidade de leitos.
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