Um ano após ele entrar no hospital, a família conseguiu aposentá-lo por invalidez. Ele vive em estado vegetativo. Foto: TVCA/Reprodução |
Uma mulher ingressou com processo
judicial e junto ao Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) após
o marido ser internado em um hospital particular de Cuiabá para retirada de um
caroço no pescoço, aparentemente um procedimento simples, e estar internado no
local há cerca de um ano e meio, em Cuiabá.
Conforme Naira Oliveira, o marido
João Paulo, de 34 anos, procurou o hospital em maio do ano passado para retirar
uma espécie de cisto no pescoço.
Segundo ela, o médico teria lhe dito que
tratava-se de uma cirurgia simples, que duraria cerca de 1 hora.
Após a
cirurgia, conforme a mulher, João Paulo foi levado para a Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) em coma induzido.
“A médica disse que ele acordou e extubou,
tirou o tubo da boca, e faltou oxigênio no cérebro. Ninguém viu ele acordando.
Médico não viu, enfermeiro não viu dentro de uma UTI.
Quando assustaram ele já
teve uma parada cardiorrespiratória. O neurologista falou que por ter sido
global, ele ficou muito tempo sem respirar”, disse Naira.
João paulo tem 34 anos
e trabalhava como analista de sistemas. Um ano após ele entrar no hospital, a
família conseguiu aposentá-lo por invalidez. Ele vive em estado
vegetativo.Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), acusações de erros
médicos somaram 70 novas ações judiciais por dia, três por hora, em todo país
em 2017, que no total teve 26 mil novos processos.“Além de responderem
criminalmente, os médicos acusados de erro podem ser julgados pela categoria
nos conselhos de medicina.
Em Mato Grosso, em 2017, o CRM iniciou 244
investigações, das quais 197 foram arquivadas, e 45 tornaram-se processo
ético-profissional. Dos 23 médicos condenados, 17 receberam penas privadas e
seis penas públicas. Apenas um caso resultou em cassação do registro
profissional.Conforme o advogado da Associação dos Pacientes Vítimas de Erros
Médicos de Mato Grosso, Fábio Capilé, existem provas de que o que aconteceu com
João Paulo é um desses casos.
“O erro médico está evidente porque não decorre de
uma análise familiar. Ele decorre de uma série de circunstâncias e de provas
existentes, não só do prontuário com relatórios médicos emitidos pelos próprios
profissionais do hospital, como também de laudo técnico formado pela perícia
pela Perícia Técnica do Estado, que é um órgão isento.
O hospital nega que houve
erro e aguarda os desdobramentos na Justiça, conforme o advogado André
Cardozo.“É natural que haja uma postura de um certo inconformismo da família. O
que é preciso entender é que a responsabilidade do hospital, a nosso entender,
tem uma grande distância”.
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