O pequeno João Marcelo, de 4 anos, precisa de uma cirurgia de emergência para corrigir uma distração óssea na mandíbula
Uma família do Distrito Federal lançou campanha para chamar a atenção de autoridades e conseguir uma cirurgia de emergência para uma criança de 4 anos, que corre risco de vida, caso o procedimento não seja feito. João Marcelo Oliveira necessita da cirurgia artroscopia de ATM, para corrigir distração óssea mandibular bilateral. O objetivo é aumentar o espaço da via aérea superior e, assim, melhorar a respiração do garoto.
Segundo a mãe, a servidora pública Andreia Gomes de Oliveira, a campanha não tem a pretensão de arrecadar doações, mas sensibilizar o governo para que o procedimento do filho seja realizado. Conforme os médicos do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), onde João encontra-se internado, o menino apresenta roncos noturnos com episódios de apneia.
Com isso, ele sofre com limitação de abertura bucal severa, o que prejudica a alimentação. “Caso não seja submetido a tal procedimento, ele terá prejuízo no seu crescimento facial, podendo haver complicações respiratórias”, explica o relatório médico.
João Marcelo nasceu prematuro de 7 meses e precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para que seu pulmão fosse formado adequadamente. Segundo Andreia Oliveira, durante a internação, o garoto pegou uma infecção hospitalar.
“Essa infecção passou para o fêmur e acabou prejudicando mais ainda a saúde do João. Depois 42 dias, ele foi para o Hospital de Base para tratar a infecção”, diz a mulher. Segundo ela, a suspeita é que os médicos tenham quebrado a mandíbula da criança no momento da internação. “A partir desse dia, ele não respira mais direito e isso vem só se agravando”, lamenta a mãe.
A maior dificuldade do menino é respirar enquanto dorme. Por isso isso, ele precisou de um aparelho que custou cerca de R$ 14 mil. “Eu tirei do meu próprio bolso porque não temos apoio nenhum do governo. Não estamos pedindo dinheiro, quero a mobilização pra conseguir fazer a cirurgia do meu filho”, enfatiza Andreia.
Além do equipamento, João faz fisioterapia para conseguir respirar. “Quando vai anoitecendo eu já começo a me preocupar porque sei que vai ser uma noite turbulenta”, lamenta a mãe.
Cirurgia e campanha
Andreia tenta conseguir cirurgia para o filho há quatro anos. Nas redes sociais, um amigo da família que acompanha o drama de João desde o nascimento, se mobilizou e lançou uma campanha para tentar alcançar as autoridades. Rodrigo Barbosa acredita que desta vez eles consigam dar qualidade de vida ao pequeno.
“A importância de conseguir é pelo fato do crescimento do João. Quanto mais ele cresce a mandíbula vai de acordo com o desenvolvimento dele, portanto, é necessário que faça essa cirurgia pra que não corra risco de vida”, confiante, diz Rodrigo.
O procedimento custa em torno de R$400 mil, valor muito acima do que a família consegue arcar. “O valor que gastamos com o João já ultrapassa a quantia em que recebemos em salário. Por isso, é impossível arcarmos com o custo do material para fazer o procedimento que ele precisa”.
Em 2015, os pais da criança receberam um documento informando que a cirurgia seria feita pelos cirurgiões do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). No entanto, só seria realizada com a compra de extratores necessários para o procedimento, que.
Além de Brasília, a cirurgia só pode ser feita em Bauru, no interior de São Paulo. Mas há um empecilho. “Em Brasília, os médicos alegam que não fazem porque não depende deles e sim do governo. Já em São Paulo, eles falam que não atendem e nem fazem a cirurgia porque o João não é morador de lá”, conta Rodrigo, o idealizador da campanha.
Expectativa
Enquanto isso, a família segue confiante de que João Marcelo finalmente vai conseguir o procedimento. “A expectativa é boa. Pelo menos pela procura que recebi, não só de políticos, mas também de médicos que estão nos dando força, compartilhando a campanha”, comemora a mãe Andreia Oliveira. “Torço para que tudo se resolva logo para que o caso do meu filho não se agrave”.
Versão oficial
Procurada pelo Jornal de Brasília, a Secretaria de Saúde informou que, na sexta-feira, foi solicitada avaliação do caso de João Marcelo. Conforme a pasta, somente após o parecer dos especialistas é que será decidido se a criança será submetida a cirurgia e qual o procedimento indicado.
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