Após a denúncia de um casal que perdeu sua filha durante a gravidez de 8 meses, diversos internautas relataram vários casos de maus atendimentos por parte do mesmo médico, Dr. Gustavo Cândia Eyzaguirre. A grande repercussão do tal fato originou, por parte da Secretaria Municipal de Saúde, a abertura de uma sindicância, além do afastamento do médico.
O fato foi denunciado pelo site “O Cubo Notícias”, após tomar conhecimento do fato através dos pais da criança.
Depois da publicação da matéria, diversos cidadãos relataram condutas irregulares do médico que vai desde a falta de atenção enquanto o médico ficava ao celular em pleno atendimento, até diagnosticar que uma grave pneumonia era, apenas, “um problema psicológico”, além de ter retirado o aparelho respiratório de um senhor que tinha Esclerose lateral amiotrófica durante um atendimento, fato que teria contribuído para o óbito do paciente.
Segundo a Secretaria de Saúde de Porangaba, assim que soube do ocorrido, solicitou à empresa terceirizada, a imediata substituição do profissional, bem como, a instauração de uma investigação estendida a todos os integrantes da equipe que estava de plantão naquela hora.
A Secretaria também negou que houve a demora de 50 minutos no atendimento, mas ressaltou que não admite tais erros e que a Justiça deverá julgar o caso.
Os pais da criança reafirmaram a demora no atendimento e abrirão, nos próximos dias, um Boletim de Ocorrência referente ao caso e ingressarão na Justiça. “ Queremos Justiça e que tais erros não matem outros inocentes, assim como nossa filha que foi vítima de negligência”, disseram os pais.
O CASO
Uma mulher de 35 anos, moradora de Porangaba, perdeu sua filha durante a gravidez de 8 meses, devido a uma negligência médica ocorrida no "Pronto Atendimento" Municipal.
Segundo as informações das vítimas, o casal porangabense precisou se dirigir às pressas ao P.A da cidade, às 5h20m da manhã do último sábado (15/09), pois a mulher começou a ter um sangramento devido a um descolamento de placenta. Segundo a própria mãe, ela é hipertensa e fazia pré-natal na UNESP de Botucatu e já estaria orientada pelos médicos sobre o risco de hemorragias, devido à pressão alta. “Na UNESP os médicos disseram para que eu procurasse ,o mais rápido possível, um pronto atendimento em caso de hemorragia, pois esse risco existe em hipertensos”, disse a mulher.
O casal alegou que todos estavam dormindo no P.A e que houve muita demora para fazer a triagem e o atendimento. “Foram 20 minutos até fazerem a triagem e mais 30 minutos para o médico atender... a consulta só aconteceu às 6h10m, quase uma hora após chegarmos no P.A”, disse o pai que lembrou que, naquela hora, não havia nenhum outro paciente aguardando atendimento, o que não justifica tal demora.
Após aguardarem, o casal foi atendido pelo médico “Gustavo Cândia Eyzaguirre”. O casal relatou ao médico todas as intercorrências da gestação e que a mulher estava tendo hemorragia, necessitando de um rápido deslocamento até à UNESP.
O pai da criança relatou que conforme sua esposa falava, o médico colocava a mão na frente para que ela ficasse quieta. Mesmo relatando o problema de hipertensão, o médico fazia o mesmo gesto para interromper a mulher.
Segundo o casal, o médico receitou um medicamento para a mulher, sem ao menos examiná-la e a dispensou.
Após a consulta, houve troca de plantão e outro médico assumiu os atendimentos. O casal pediu para ser consultado por este médico que examinou a mulher. Sabendo da hemorragia, este médico ligou para a UNESP para pedir vaga, porém, a mãe não precisava de tal solicitação, pois ela já fazia o pré-natal na UNESP e já tinha recomendação médica de que, caso acontecesse algo, deveria seguir ao serviço de urgência, sem a solicitação prévia.
Após dar entrada em Porangaba às 5h20m, o casal só recebeu o atendimento de urgência na UNESP por volta do meio-dia.
O casal alega que ao chegarem à UNESP de Botucatu, a urgência do atendimento foi imediatamente constatada, algo que só a equipe de saúde de Porangaba não soube identificar.
Ao ser examinada pelo médico, foi constatado que a criança não estava mais com os batimentos cardíacos e a mãe precisou passar por uma cesariana de emergência.
A criança estava com 33 semanas de formação, ou seja, oito meses e dois dias. Era uma menina saudável e em perfeitas condições.
O relato do pai retrata, de maneira emocionante, a dor da perda do casal: “Assim q tiraram minha bebê nós ficamos um bom tempo com ela no colo...ela era perfeita, linda...nós tínhamos muitos planos com nossa bebê”.
Segundo o jovem casal, a equipe médica da UNESP alegou que a demora no encaminhamento foi a principal causa do óbito da criança. “O médico da minha esposa disse que se tivessem encaminhado ela assim que ela chegou na Santa Casa, minha filha teria sobrevivido, pois eles já fariam a cirurgia nela assim que chegasse”, disse o pai.
O casal manifestou o caso nas redes sociais e logo em seguida, outros cidadãos também relataram outros casos de negligência por parte do mesmo médico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário