Família diz que houve negligência médica no atendimento
Talia, de oito meses, foi pra o hospital com dores, mas o médico a mandou de volta pra casa |
O dia que era pra ser de alegria pra família da operadora de caixa Talia da Silva Moura, 20 anos, do bairro Meia Praia, em Navegantes, se tornou uma tragédia. Grávida de oito meses e dois dias, a moça teve o filho Victor Henrique retirado já morto de dentro da barriga em operação cesariana, ontem, no hospital Nossa Senhora dos Navegantes. A família denuncia que houve negligência médica. Talia ainda tá internada na unidade se recuperando. Era o primeiro filho dela.
O pai da garota, o eletricista Gilberto Golfetto de Moura, o Gaúcho, 48, relata que na terça-feira a filha sentiu fortes dores e foi levada até o hospital. O médico da gestante, segundo conta o pai, teria constatado não haver dilatação, aplicando remédio contra a dor e a mandando de volta pra casa.
A orientação teria sido a de que, se ela voltasse a sentir dores de noite, que buscasse atendimento em Itajaí.
Gaúcho diz que a filha, que mora com ele, acordou às três da madrugada com sangramentos. Ela foi levada ao hospital de Navega, mas lá chegou com a criança já morta no ventre. Foi preciso uma cesariana pra tirar o menino. O eletricista acredita que houve descuido do médico que acompanhava a gestação.
Ele considera que se na terça-feira o especialista tivesse solicitado uma ultrassonografia poderia confirmar que a placenta tava se deslocando. O deslocamento prematuro da placenta é um problema grave na fase final da gravidez e que coloca em risco a vida do bebê. “Se tivessem prestado mais atenção, nós estaríamos agora chorando de alegria e não de tristeza”, desabafa Gaúcho, que seria avô pela segunda vez.
O eletricista lembra que a casa tava preparada pra receber a criança. No domingo passado, teve o chá de bebê e Victor Henrique já tinha recebido diversos presentinhos.
Gaúcho adianta que pretende responsabilizar o hospital, mas frisa que a prioridade no momento é a recuperação da filha. “Depois vamos corres atrás dessas coisas pra ver o que dá pra fazer”, comenta.
Apuração
Ontem à tarde, a prefeitura informou que ainda desconhecia o caso. O secretário de Saúde, Alcídio Reis Pera, o Cidinho, garantiu que vai apurar os fatos junto à administração do hospital para tomar as providências. O hospital de Navegantes é tocado pelo instituto de Saúde e Educação Vida (Isev), com sede em Porto Alegre (RS).
O DIARINHO solicitou esclarecimentos à empresa por e-mail ontem, mas não houve resposta até o fechamento desta matéria
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