Paciente disse estar 'sem chão' e classificou o atendimento como 'desumano'
Moradora do Jardim Itamaracá não consegue acreditar em uma situação que viveu na UBSF do bairro, nesta quarta-feira (20). Com um bebê de colo e um garoto de cinco anos vomitando, ela ouviu da médica que não seria atendida por ser 'mal educada'.
O drama foi postado em forma de desabafo no grupo do Facebook, Aonde Não Ir em Campo Grande. A jovem, que terá a identidade preservada, conta que saiu da sala de atendimento em prantos.
No post, ela conta que percebeu o bebê, de dez meses, vomitando de madrugada. Foi trabalhar, mas ao saber que os filhos não estavam bem, decidiu levá-los ao posto. Iria ao UPA da região onde mora, mas teria sido orientada no serviço 192 a ir para o posto local.
Mãe e as duas crianças chegaram ao UBSF por volta de 7h40. ''Nesse tempo meu filho vomitou todo em cima de mim e se retorcia de dor na barriga'', relembrou. Ela foi chamada para a triagem às 10h, publicou.
A situação de constrangimento, afirma a paciente, começou quando a médica, que também não terá o nome divulgado, a questionou quem seria o médico das crianças. A mãe informou que não leva os filhos neste posto, já que não há pediatras suficientes na unidade.
''Aí ela disse num tom de deboche: 'mas você está errada. Como não vem aqui?''', disse a mãe e justificou que não havia pediatras e por isso paga a consulta mensal obrigatória aos recém-nascidos.
''Uai, mas na hora que aperta você vem procurar a gente né?'', questionou a médica para a mulher.
A paciente, com o filho no colo, teria dito: ''Vamos discutir isso outra hora, só examina ele, estou toda vomitada, ele está com dor. Ou então me diz que não pode que eu dou um jeito e procuro outro lugar'', contou.
Neste momento, denuncia a mãe, a profissional teria pego a ficha com o nome dos filhos e amassado.
''Disse para eu sair da sala, que não ia me atender porque ela não é obrigada a atender'', relatou.
''Eu saí da sala chorando e disse que a denunciaria. A mesma ainda me repetiu que eu podia fazer, pois não daria nada. Porque ela não era obrigada a atender gente mal educada'', acrescentou.
''Eu saí da sala chorando e disse que a denunciaria. A mesma ainda me repetiu que eu podia fazer, pois não daria nada. Porque ela não era obrigada a atender gente mal educada'', acrescentou.
A paciente teria questionado sobre a gerência da unidade, mas foi orientada a voltar mais tarde.
'Nunca me senti tão fraca, tão humilhada. Gente é um bebê...só um bebe que está doente. Me diz como um ser desumano tem a coragem de se dizer médica?'', finalizou a paciente.
Resposta
A Sesau respondeu que a pergunta feita pela médica foi no sentido de saber o histórico dos pacientes e atendê-los de forma mais adequada. Não houve, diz a secretaria, intenção em ofender ou constranger a paciente.
Sobre a negativa no atendimento, a secretaria disse que a profissional de saúde estava classificando os pacientes e que outro médico iria atendê-los. A Sesau disse que lamenta esse tipo de situação e reforça a necessidade do entendimento e colaboração entre as partes.
Apesar da conduta da profissional não ter tido nenhuma inconformidade, será aberto processo administrativo para dar encaminhamento à denúncia.
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