Para a promotora de Justiça, Maria Roseli de Almeida Pery, a situação do HGP é resultado de um planejamento inadequado e uma logística de abastecimento com muitas falhas
Hospital Geral de Palmas |
Relatos médicos dão conta de que duas pessoas morreram por falta de medicamentos no Hospital Geral de Palmas (HGP). Os pacientes que vieram a óbito foi um que necessitava de furosemida, remédio usado para cardíacos, que custa R$ 0,90 centavos e outro paciente que estava internado no hospital foi a óbito por falta de um filtro respirador, que custa entre R$ 20,00 e R$ 30,00. “A gestão será investigada para descobrir quem são os culpados”, completa o defensor público Arthur Luiz Pádua Marques.
As informações foram repassadas durante a manhã desta terça-feira, 12, em uma fiscalização feita no Hospital Geral de Palmas (HGP). Conforme levantamento repassado pelos órgãos, estão em falta 43 medicamentos injetáveis, 26 medicamentos controlados, 41 remédios soluções, 46 medicamentos comprimidos e 21 medicamentos oncológicos.
O defensor afirma que a fiscalização foi motivada por denúncias sobre a desassistência no hospital. Já na unidade, segundo ele, o órgão constatou que pacientes estavam morrendo por falta de medicamentos. “Têm pacientes na UTI precisando de drogas que salvam a vida, pacientes que estão internados nos centros cirúrgicos pós-operatórios e macas no chão. As pessoas estão sendo internadas como animais... Então são situações gravíssimas e desumanas, que infelizmente do dia 1º para cá têm ficado cada vez pior”.
Pádua ainda frisa que nesta vistoria, os órgãos estiveram acompanhados da Polícia Civil que coletou uma série de provas para realizar as investigações sobre os casos de negligência no HGP. “Deve ser adotada as providências criminais daqueles que são responsáveis pela situação caótica que o hospital público vem passando”, diz.
Reunião
Durante a visita também teve uma reunião para discutir todas as inconformidades existentes no Hospital Geral de Palmas, entre elas, o que está causando essa desassistência e falta de eficiência na prestação de serviços aos usuários que, inclusive, em alguns casos, são de danos que para os órgãos de fiscalização poderiam ser evitados.
Para a promotora de Justiça, Maria Roseli de Almeida Pery, a situação do HGP é resultado de um planejamento inadequado e uma logística de abastecimento com muitas falhas, que gera a falta dos remédios. “Principalmente devido à inadimplência do Estado que é muito grande. Ele atrasa pagamento dos fornecedores e prestadores de serviços da Saúde, a exemplo da Clínica Enrradiar que paralisou novamente os serviços de radioterapia em Palmas, dentre outras que ocorrem no Estado”, completa.
Negligências
Ainda na reunião, conforme Maria Roseli, foi mencionado que essas negligências decorrem da falta de investimentos para obras de reformas, ampliação e construções de hospitais. “Nós falamos aqui hoje (segunda-feira,11) que os hospitais não têm alvará de bombeiros, inclusive o HGP e o Dona Regina. Isso significa dizer que se houver um incêndio hoje, pacientes, acompanhantes e trabalhadores certamente terão suas vidas ceifadas. Então queremos que o Estado resolva todos os problemas que ele tem nessa área”.
A representante do MPE também diz que a partir desta reunião, o órgão vai estudar qual a medida será tomada em relação ao hospital.
A promotora ainda menciona que caso de óbitos em que os acompanhamentos entendam que foram causados pela desassistência a família deve ir até a polícia e registrar a ocorrência. “A partir desse momento fica mais fácil a atuação do Ministério Público Estadual”, esclarece.
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