quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Médicos precisam se preparar para atender a população idosa, diz especialista

Atuação do geriatra em conjunto com outros especialistas aumenta a qualidade da assistência e favorece a construção de um diagnóstico mais preciso. Tema foi abordado em palestra na FAVI

Entender as demandas de saúde de pacientes idosos não é mais uma função exclusiva dos geriatras. Com o envelhecimento da população brasileira, outras especialidades médicas precisam se adaptar à nova realidade. “Hoje, com a óbvia exceção da obstetrícia e da pediatria, todas as outras áreas atendem pacientes idosos. Mas não basta fazer, é preciso prestar assistência com excelência e de forma integrada”, explica o geriatra e coordenador da sala de emergência do pronto atendimento do Hospital Santa Cruz, Dr. Carlos Augusto Sperandio Júnior.
Em sua análise, devido às comorbidades, à fisiologia própria e ao uso contínuo de polifarmácia, tornou-se comum o surgimento de quadros clínicos nem sempre característicos ‑ o que acaba dificultando a construção de um diagnóstico preciso. "O geriatra tem a visão macro do paciente e suas peculiaridades. Com isso, há possibilidade de suporte às demais especialidades, como por exemplo a ortopedia e a neurocirurgia, vislumbrando o planejamento terapêutico de maior segurança assistencial possível", argumenta o médico, que além de geriatra é especialista em clínica médica e medicina da família e comunidade, além de integrar a Câmara Técnica de Cuidados Paliativos do CRM-PR.
Dr. Carlos Sperandio
Em sua opinião, não só os médicos, mas os hospitais e planos de saúde também têm de fazer parte desse processo de integração. “Oferecer esse suporte geriátrico dentro de um hospital aumenta a segurança do paciente, identifica o correto diagnóstico em tempo otimizado e facilita o estabelecimento do prognóstico de cada caso”, pontua.
No último sábado (09), médico Carlos Sperandio falou sobre o assunto durante o Curso de Atualização e Aperfeiçoamento em Geriatria e Gerontologia da Fundação de Apoio e Valorização do Idoso (FAVI). O curso, com duração de doze meses, coloca em pauta a situação atual e os cenários futuros da assistência geriátrica no Brasil e tem como público-alvo médicos e estudantes de medicina.


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