Um paciente do Hospital Municipal Nossa Senhora da Natividade, localizado na cidade de Santo Amaro, a cerca de 79 km de Salvador, procurou o BNews, na última sexta-feira (15), para denunciar um suposto caso de negligência por parte de funcionários da equipe médica da unidade de saúde. O paciente Jhon Washington Nascimento contou que no dia 3 de fevereiro deu entrada na unidade sentindo dores.
Segundo Jhon, após passar pela triagem e pelo médico, ele foi encaminhado para tomar a medicação Voltaren, injetável. Ainda de acordo com o paciente, segundos depois de a injeção ser aplicada, ele se desequilibrou e caiu. Quando levantou, ele disse que havia perdido o movimento na perna direita. "Sentei na cadeira para esperar um pouco, achando que tinha sido o efeito da injeção. Quando levantei novamente, caí e, por não ter mais o equilíbrio na perna direita, fui para casa e percebi que realmente não era efeito da injeção e, sim, que eu estava sem o movimento da perna".
O paciente relatou ainda ao site que voltou para casa e retornou à unidade por volta de 3h, mas teve o atendimento recusado. "Disseram que aquilo não era hora de atender, mandaram eu voltar pra casa e fazer compressa de água quente e gelo, se caso não melhorasse, que era pra eu voltar na unidade". Ele contou que, atualmente, sente dores e continua sem o movimento da perna, mancando.
Em nota, a prefeitura de Santo Amaro, responsável pela unidade de saúde, confirmou que o paciente deu entrada no hospital. "Ele tomou a medicação Voltaren, segundo a equipe, e que foi administrada no local correto. Ele realmente teve uma fraqueza momentânea, mas que pode acabar acontecendo em algum momento. O paciente foi para casa e retornou reclamando de dores. Outro médico que estava no momento falou que essa medicação pode ter sido mal absorvida pelo organismo e causado dores, indicou que ele passasse a madrugada com compressas de gelo e voltasse pela manhã, caso persistisse a dor. Ele retornou no outro dia", diz um trecho da nota.
Com relação à perda do movimento na perna, a prefeitura explicou que Jhon passou por uma avaliação médica e o profissional falou que, em uma chance muito pequena de ocorrer, pela má absorção do organismo, tinha a possibilidade de ter ido para o nervo ciático, mas garantiu que a medicação foi administrada no quadrante correto.
"A direção do hospital deu todo amparo com acompanhamento com um neurologista, medicação e exames para ser apurado e analisado todo esse caso dele. Infelizmente, a mãe do paciente, alguns dias depois, voltou ao hospital e ameaçou a técnica de enfermagem (muito experiente e competente, assim é tida por todos que trabalham com ela), e agrediu verbalmente, tanto que a mesma fez uma ocorrência da Delegacia e já foi ouvida pela delegada", explica a nota de esclarecimento.
A prefeitura ainda garantiu que a técnica já foi orientada a dar entrada no Conselho de Enfermagem, para averiguar se houve falha humana. "De toda forma, vale salientar que estamos dando toda a assistência desde o primeiro momento, sem nos ausentarmos da responsabilidade. Acompanhamento com neurologista, medicação, exames, e vamos ver se houve falha humana. Só não podemos deixar que haja alguma tentativa de coerção por parte deles", conclui a pasta.
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