Operação Ouro Verde se debruça sobre "Plano B" da Vitale para arrecadar mais dinheiro em Campinas
Fachada do Hospital Ouro Verde em Campinas. |
Os promotores do Gaeco (Grupo de Ação Especial contra o Crime Organizado) do Ministério Público em Campinas investigam como funcionava o "plano B" da Vitale para arrecadar mais dinheiro no Hospital Ouro Verde. Este provavelmente será o foco na nova fase da operação que apura desvios na unidade de saúde - desde novembro de 2017, já foram três fases, com 18 mandados de prisão expedidos.
De acordo com o que já foi apurado pelos promotores, o ex-servidor da Saúde Municipal Maurício Rosa entrou no governo para aplicar um sistema parecido com o que era praticado pela Máfia da Merenda no estado, e obter mais recursos.
Um dos colaboradores do plano seria Eloizo Durães, que ficou conhecido em São Paulo como o "Barão da Merenda" após ter sido preso e processado por fraudes e desvios no caso que ficou conhecido como Máfia da Merenda.
A Máfia da Merenda é um esquema fraudulento com políticos e lobistas em 30 municípios do Estado de São Paulo, envolvendo 65 contratos com prefeituras que somam R$ 1,6 bilhão. Pelo menos 85 pessoas estão envolvidas. Os agentes desviavam recursos da União destinados à compra de alimentação para alunos em escolas públicas.
Maurício Rosa foi nomeado em 11 de janeiro do ano passado. Para o Ministério Público, ele era o "plano B" da Vitale.
Na primeira denúncia do Gaeco, os promotores mencionam Eloizo e sua relação com o lobista
João Carlos da Silva Júnior, conhecido como "Juninho". O lobista atuaria em nome do ex-secretário Silvio Bernardin.
"Juninho tem vínculo com as empresas ligadas a Eloizo Durães, que, conforme ressaltado em outras manifestações, ficou conhecido no Estado de São Paulo como 'Barão da Merenda', após ter sido preso e processado por fraudes e desvios na chamada 'máfia da merenda', consta na denúncia.
O Caso Ouro Verde apurou um esquema de fraudes em licitação, direcionamento de contratos e corrupção no hospital. Após o escândalo, o prefeito Jonas Donizette (PSB) demitiu os envolvidos e municipalizou os serviços da unidade de Saúde. Juninho não ocupou cargos na Administração.
INVESTIGAÇÃO
No final do ano passado, o Ministério Público Federal denunciou Jonas por suposto desvio de verba da merenda escolar. Segundo revelou a investigação, houve fraude em dois contratos da Prefeitura de Campinas firmados entre 2012 e 2013 para a compra de suco de laranja e que podem ter gerado um prejuízo entre superfaturamento e lavagem de dinheiro na ordem de R$ 2,8 milhões.
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