Mulher afirma que além da unidade hospitalar ter lixo espalhado pelo chão, os pacientes ainda enfrentam a superlotação
Pacientes e acompanhantes enfrentam uma série de problemas, desde o acúmulo de lixo até a demora no atendimento |
Pacientes atendidos no Hospital Geral de Roraima (HGR) e acompanhantes denunciaram ao Roraima em Tempo que a unidade hospitalar tem enfrentado uma série de problemas como, a falta de limpeza adequada nos corredores, leitos, consultórios e banheiros, superlotação e demora no serviço de urgência e emergência.
De acordo com a mãe de um paciente, que optou pelo sigilo da identidade, na recepção do hospital é possível sentir o forte cheiro que exala dos banheiros, além de perceber objetos de descarte espalhados pelo chão da unidade. Pessoas que precisam do atendimento de saúde disputam espaço com o lixo e ainda ficam sentindo o odor.
"O hospital está sujo e tem cheiro forte de fezes logo na entrada. Nem os pacientes, nem os acompanhantes aguentam ficar lá dentro. Meu filho teve que colocar uma blusa no nariz enquanto aguardava para ser atendido porque o cheiro é insuportável", disse a mulher à reportagem.
Além da sujeira encontrada no HGR, a denunciante conta ainda que, mesmo após o filho passar pela triagem do hospital e ficar constatado que o problema de saúde necessitava de máxima urgência, o atendimento demorou. A denúncia aponta ainda, a falta de medicamentos na unidade hospitalar.
"Meu filho teve alergia, ficou todo empolado e vermelho, mesmo com a identificação amarela no braço, o atendimento demorou muito. Após ser atendido, sob efeito de fortes remédios, ficou em observação em uma cadeira no corredor porque não tinha espaço e nem leito para ele, sem contar que não tinha remédios no HGR para ofertar aos pacientes", relatou.
O QUE A SESAU DIZ
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que a atual gestão da Pasta tem trabalhado para regularizar as dívidas existentes com as empresas terceirizadas que prestam serviços nas unidades de saúde do estado, e esclarece que desde dezembro de 2018, vem realizando os pagamentos mensalmente.
"Vale ressaltar que entre as prioridades da atual gestão está regularizar os pagamentos de contratos de prestação de serviços, mas como os valores devidos são elevados, porque correspondem a mais de sete faturas atrasadas, isso deverá ser feito gradativamente", relatou a nota.
Ainda segundo a nota enviada à reportagem do Roraima em Tempo, a regularização das contas deve ser feita de forma que vise o equilíbrio das contas e garanta o funcionamento dos serviços essenciais, a exemplo da compra de medicamentos, insumos e materiais.
"Por conta do atraso nos salários no ano passado, os pagamentos realizados em dezembro e janeiro não foram suficientes para regularizar o serviço, o que deverá ser resolvido nos próximos dias", completou a nota encaminhada pela Sesau.
A secretaria enfatizou que os serviços de limpezas estão sendo realizados em todas as áreas, ainda que mediante a priorização dos setores críticos, como Grande Trauma, Centro Cirúrgico, Laboratório e Centro de Material Esterilizado, onde o serviço é realizado normalmente.
"Ressalta que os trâmites para o pagamento do mês de janeiro [a ser pago em fevereiro] já estão adiantados e os valores devem ser creditados em conta nos próximos dias", frisou a Pasta.
Sobre a lotação, a nota informou que devido ao aumento no número de atendimentos nas portas de entrada do Hospital Geral, que compreendem as áreas do Pronto Socorro Francisco Elesbão e Grande Trauma, equipes de gestão do HGR, Hospital das Clínicas e da Coordenação Geral de Urgência e Emergência se reuniram esta semana para avaliar a melhor forma de amenizar a situação.
"Entre as medidas tomadas estão à disponibilização de leitos no Hospital das Clínicas para pacientes ortopédicos e, em casos de necessidade extrema, a utilização de macas no corredor do HGR. Vale ressaltar que essas medidas serão postas em prática de forma organizada e planejada e apenas em momentos de grandes picos", concluiu a nota.
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