A Justiça autorizou a exumação do corpo da jovem Débora Pinto Duarte, 22, que morreu após o parto em janeiro deste ano, na Santa Casa de Pelotas. O pedido feito pela Polícia Civil e pelos advogados da família foi deferido pelo titular da 4ª Vara Criminal de Pelotas, Ricardo Arteche Hamilton. Um inquérito de homicídio culposo foi instaurado pela Polícia para apurar as circunstâncias da morte da jovem. A exumação do corpo está prevista para para o próximo dia 6.
De acordo com a titular da 1ªDelegacia de Polícia (DP) de Pelotas, Lisiane Mattarredona, o pedido foi feito para que seja realizada perícia no corpo de Débora já que não havia sido realizado o exame de necropsia para apontar as causas da morte. Conforme a delegada, quando a jovem morreu foi feito uma certidão de óbito e dias depois a família procurou a Polícia Civil para denunciar possível negligência médica no caso. "Um médico legista vai avaliar o corpo para que a gente possa apurar melhor as circunstâncias dessa morte. Outros detalhes não serão divulgados porque constam no inquérito que está em fase de investigação", explicou.
Segundo o advogado da família, Vilson Farias, o companheiro da jovem, Kanaa de Almeida, contou que após a realização do parto cesariano, Débora teria sofrido uma hemorragia em decorrência de possível erro médico, devido ao rompimento de uma artéria, necessitando de uma segunda cirurgia para tentar estancar o sangramento. Realizado o segundo procedimento cirúrgico por um outro médico, foram colocadas compressas na jovem na tentativa de - mais uma vez - estancar o sangue e que após 72 horas seriam retiradas através de nova cirurgia. No entanto, antes do preríodo previsto, a hemorragia aumentou o que teria provocado duas paradas cardíacas, sendo a segunda foi fatal. "A exumação é necessária para esclarecimentos dos fatos", disse Farias.
Em decisão que deferiu a medida, o magistrado considerou que diante do relato dos acontecimentos desde o início do trabalho de parto no dia 10 de janeiro e a procura dos hospitais, até a intervenção cirúrgica para realização da cesariana e complicações dele decorrentes, a exumação é o meio adequado para a realização de prova pericial. "Necessária a elucidação destas a fim de se perquirir a existência de culpa (negligência/imperícia) no atuar do médico responsável pelo parto, cujo meio adequado é a realização de prova pericial de necropsia, o que, neste caso, somente é possível se realizada a exumação do corpo de Débora, sepultado no Cemitério Ecumênico São Francisco de Paula.”
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