A dona Dorismar Lopes Ferreira, de 49 anos, mais conhecida como Dóris, relata momentos de tensão e revolta que envolveram o parto de sua neta em Porto Nacional. Segundo a vó, a sua nora, Tainara Cristina Ferreira França, de 20 anos, teve a filha em casa na madrugada dessa quarta-feira (30). Ela havia procurado atendimento médico na tarde do dia anterior e a médica de plantão a teria mandado de volta pra casa.
“Levei ela com dores e sangrando, a médica olhou a e mandou pra casa”, relata Dóris, Ainda segundo ela, a nora estava sofrendo com forte dores e sagramentos deste da última sexta-feira (25).
Doris conta que na madrugada dessa quarta a jovem pariu a bebê quando retornava do banheiro. “Ela sentia muitas dores e sangrava muito. Quando tentei ajudá-la a criança caiu no chão da sala”, explica.
A parto ocorreu na sala quando a mãe retornava do banheiro |
A vó disse que ficou desesperada com a criança recém nascida e tanto sangue. Mas segundo ela, a angústia aumentou mais ainda quando levou a nora à Maternidade Tia Dedé e encontrou o local fechado.
“O pessoal lá estava dormindo, batia na porta e gritava e eles falando que não podia atender. Eu gritava dizia que o bebê ainda estava preso no cordão umbilical, e nada”, relata. A vó disse que demoraram mais de duas horas para a mãe e o bebê serem atendidos.
“É revoltante, parece que não estão dando valor a vida”, desabafa. A vó conta que “na sexta levei ela no hospital, e mandaram ela voltar pra casa, no sábado e domingo, não havia médico na maternidade”, se revolta. A vó da bebê diz ainda que a médica que atendeu a sua nora no dia anterior ao parto disse que só iria voltar a atendê-la na próxima semana.
A calçada e o piso da garagem ainda estavam sujos de sangue |
Ainda segundo a vó, a médica avaliou a nora e disse que não havia sangramento. Ela questionou, “mas como doutora, olha o sangue na perna dela?”, questionou. Dóris disse que a profissional alegou que não havia abertura suficiente para o parto e então mandou a paciente de volta para casa.
Superação
Apesar de tudo, Dorís informou que mãe e bebê estão bem. “A neném esta com um olho um pouco virado, mas me falaram que era inchaço, possivelmente devido a queda durante o parto”, relata.
“Foi um vitória, por tudo que passamos, pelos momento de desespero, foi uma vitória a criança e a mãe estarem bem. Por isso o nome da bebê é Liz Vitória, por que tudo isso foi uma superação”, desabafa.
“Foi um vitória, por tudo que passamos […]. Por isso o nome da bebê é Liz Vitória”, comemora a vó. |
Liz Vítória é do terceiro filho de Tainara. As duas passam bem e estão em um dos leitos da maternidade e devem ter alta nesta quinta-feira (31).
Já a vó, corre em busca de previdências para o que considera ser descaso com a saúde pública, ela já registou a ocorrência na delegacia de Mulher da Polícia Civil e também deve notificar o Ministério Público.
A Secretaria de Segurança Pública confirmou o registro da ocorrência e informou que os procedimentos que o caso requerer serão adotados.
Outro lado
Sobre o caso, a Secretaria de Saúde respondeu com a seguinte nota:
A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que a paciente THAYNARA CRISTINA FERREIRA FRANCA deu entrada no Hospital Materno Infantil Tia Dedé (HMITD), em Porto Nacional, no dia 29/01/2019 às 13h12. Paciente com histórico de dois partos normais anteriores, com 38 semanas, foi avaliada pela equipe médica de plantão, realizou exames e verificou que a paciente encontrava-se em bom estado geral, com batimentos cardíacos fetais adequados (140 batimentos por minuto), sem sangramentos, movimentação fetal presente e contrações uterinas ainda esparsas compatíveis para período gestacional.
Paciente foi orientada a retornar para sua residência, pois não tinha indicação para internação, e caso apresentasse outros sintomas retornar a Unidade de Saúde. A conduta médica foi extremamente correta, e seguiu as recomendações do Ministério da Saúde, que elenca os critérios para internação hospitalar em leitos de Pré-Parto contemplam dilatação cervical de no mínimo 5cm, com contrações presentes e regulares de pelo menos 3 contrações com duração de pelo menos 40 segundos, durante um período de 10 minutos. A paciente foi corretamente liberada e orientada sobre os sinais de alerta para trabalho de parto ativo.
A paciente só retornou ao Hospital às 03h48 da manhã do dia 30/01/2019, para finalização de um parto domiciliar. O atendimento médico foi mais uma vez prontamente realizado, e não houve qualquer prejuízo à mãe, ou ao bebê. Ambos encontram-se ainda internados no hospital, em bom estado geral, e aguardam critérios técnicos para receber alta.
A Secretaria ressalta que o Hospital e Materno Infantil Tia Dedé em Porto Nacional está com o funcionamento regular, de atendimento ininterrupto 24h por dia, não procedendo à informação que o hospital estava fechado no momento que a paciente buscou atendimento.
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