Filho da mulher, que tinha 79 anos, gravou a ligação que fez ao Samu, quando a mãe passou mal, no bairro de Massaranduba, em Salvador.
Denúncia: família de idosa morta alega demora e falta de respeito de médico do Samu
O cabeleireiro Jocevaldo Ferreira Soares, de 51 anos, morador do bairro de Massaranduba, em Salvador, perdeu a mãe no dia 19 de janeiro, vítima de um infarto, e acusa um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de negligência, por ele não ter enviado uma ambulância para socorrer a mulher quando ela passou mal em casa. Além disso, enquanto falava com Jocevaldo no telefone, quando ele ligou para pedir socorro para a mãe, o médico sugeriu que a idosa poderia estar bêbada.
Jocevaldo gravou com o celular a ligação que fez para o Samu no dia em que a mãe, Dulce Ferreira do Sacramento, precisou de ajuda. Ele afirmou que já contratou um advogado e que vai levar o caso ao Ministério Público.
Dulce morava com a filha mais velha em um prédio no final de linha de Massaranduba -- os outros três filhos dela, dois homens e uma mulher, também moram no mesmo imóvel, em apartamentos diferentes.
Quando Dulce desmaiou em casa, a filha mais velha chamou os irmãos, entre eles Jocevaldo.
“Ela estava na casa dela quando começou a passar mal, por volta das 6h. Meu irmão chegou aqui em casa desesperado para falar que ela tinha desmaiado. Ela estava desfalecendo e eu peguei o celular e liguei para o Samu. Meu celular tem o aplicativo que grava todas as chamadas. No final de cada uma eu decido se salvo ou não. Quando ele [o médico] criou a dificuldade para prestar atendimento para minha mãe, chegando a dizer que ela estava bêbada, eu decidi salvar o áudio no final”, afirmou.
No áudio gravado da ligação, que tem pouco mais de 6 minutos, Jocevaldo primeiro conversa com uma atendente do Samu e explica a situação. Em seguida a atendente passa a ligação para o médico, que se identificou como Vítor.
“Ele começou a fazer perguntas repetidas, e eu disse que minha mãe precisava de urgência. Ele se exaltou, sugeriu que minha mãe pudesse estar bêbada e disse que se eu continuasse nervosinho que não iria mandar nenhuma ambulância, como realmente não mandou, como se ele fosse o dono da Samu. devido à falta de atitude dele, a falta de equilíbrio, até pensei que ele não seria um médico de verdade, porque um médico é mais preparado para atender um paciente”, afirmou.
Jocevaldo mostra fotografia da mãe |
“Ele disse que minha mãe poderia estar caída de bêbada, como se uma pessoa bêbada não merecesse socorro. Cachaça também é doença, embora não tenha sido o caso da minha mãe. Ela era uma pessoa de 79 anos e não tinha vício de nada, de tabagismo de alcoolismo, de nada. Ela simplesmente estava infartando e ele criou uma dificuldade”, disse Jocevaldo.
Ao ver que Jocevaldo já estava ficando nervoso com a situação, a irmã mais velha dele pegou o telefone e começou a falar com o médico.
“Minha irmã pegou o celular e assumiu a conversa. Conversou com ele de boa e ele disse que não tinha nenhuma unidade disponível e que em 15 minutos ele ligaria para saber se minha mãe ainda estava precisando de socorro. Voltou a ligar no entanto somente 28 minutos depois, mas minha mãe já tinha falecido".
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