sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Mulher denuncia agressão ao dar à luz em Maternidade; 'quebraram a clavícula da minha filha'

Denunciante diz que vai procurar direitos junto às autoridades para que situação não fique impune


Mãe afirma que filha foi vítima de negligência

A dona de casa Edizangela Lopes da Silva, de 36 anos, denunciou nesta quarta-feira (6) ter sofrido agressão durante o período em que esteve internada para dar à luz na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, em Boa Vista. Ela deu entrada na unidade de saúde no dia 21 de janeiro e só saiu no dia 29 no mesmo mês.  
"Durante o tempo em que fiquei hospitalizada fui torturada. Eu sofri agressão física e verbal. Eles mandaram duas vezes eu ir embora, e eu sentindo dor. No final, fizeram meu parto e ainda quebraram a clavícula da minha filha. Quero denunciar os médicos que me atenderam. Fui muito humilhada lá dentro", relatou a dona de casa.
Assim que deu entrada na maternidade, ela ficou no leito 205 e depois foi transferida para o 803, ambos no setor 'Girassol'. Elizangela alegou ter o raios x que mostram a fratura na clavícula da filha. Ela informou que já está tomando providências e fez o pedido no hospital para pegar o prontuário do atendimento, o que deve receber no prazo de 15 dias. "Estou toda roxa, nunca mais vou ser a mesma mulher", lamentou.
Para o autônomo Gerson Chagas da Silva, de 46 anos, esposo da denunciante, houve erro por parte do hospital. Ele afirmou que durante o período de acompanhamento da mulher, os dois ficaram em uma sala isolada, o que, segundo ele, impossibilitava chamar um profissional de saúde caso fosse necessário.
"Eu e minha mulher morrendo aos gritos no sofrimento em decorrência do parto e não tinha ninguém na sala para nos ajudar. O planejamento foi feito para ser uma cesárea, mas todo tempo o médico dizendo que era um procedimento de alto risco. Ela passou a noite inteira gritando de dor e sangrando. Só foi atendida por volta das 8h", detalhou.
A denunciante informou ter sido atendida por duas médicas. "Eu não tinha condições nenhuma de ter o bebê no parto normal. Eles induziram o procedimento para eu ter normal. Quando foram ajudar, a menina já estava nascendo. Nem fizeram episiotomia [corte para facilitar a passagem da criança]. Estou toda pontilhada", enfatizou.
E continuou. "Eu quero que respondam pelos crimes que cometeram, porque o que fizeram com essa criança é muita irresponsabilidade. Elas não são médicas? Como é que quebraram a clavícula de uma criança? É por isso que o Brasil não vai para frente. Pintam e bordam. Chegam até matar se os pais não estiverem em cima", criticou.
SESAU
A Sesau informou que de acordo com o que foi apurado pela Direção Clínica do HMI (Hospital Materno Infantil), as médicas citadas pela reclamação que a paciente fez ao veículo de comunicação não realizaram o parto dela. 
Ressalta que o fato de o bebê ter quebrado a clavícula não caracteriza negligência no atendimento. Isso pode ser causado no momento do parto, numa medida que facilite a passagem do bebê quando há risco de diminuição de oxigênio no cérebro dele. 
Sobre a reclamação do atendimento, a Sesau informa que nem a direção do HMI, nem a própria Secretaria, interferem na relação médico-paciente. Portanto, qualquer cidadão que se sentir prejudicado em seu atendimento deve formalizar uma denúncia, neste caso, na Ouvidoria do SUS, para que haja a devida apuração. Ao receber a reclamação, a Sesau realiza uma investigação minuciosa do fato e se for comprovada qualquer negligência, os envolvidos são devidamente punidos. 
Informa ainda que, quando a denúncia é formalizada, o caso é avaliado pela Comissão de Ética da unidade e encaminhado ao Conselho Regional de Medicina, instituição com propriedade para apurar se houve ou não inconformidade na conduta médica, garantindo a ampla defesa dos investigados. 
A Ouvidoria do SUS pode ser acionada por telefone (95-2121-0590 ou 136/nacional), por e-mail (ouvidoriasus.rr@gmail.com) e ainda pessoalmente ou por carta endereçada à rua Madri, 180, Aeroporto, Boa Vista-RR, CEP 69.310.043. O órgão é responsável por apurar as demandas e dar um retorno à população, processo que é monitorado pelo Ministério da Saúde.


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