Secretário de Saúde se pronunciou por meio de vídeo em uma rede social, mas não deu mais detalhes sobre a indisponibilidade do material cirúrgico na unidade médica.
Vídeos do médico Luís Cláudio Lima Cruz, cirurgião vascular, denunciando falta de material na sala de cirurgia do hospital e pronto socorro Platão Araújo, na zona leste de Manaus circulou nas redes sociais nesta quarta-feira (6).
As imagens foram feitas durante um procedimento cirúrgico, interrompido por falta de material, o profissional da saúde se queixou da falta de um fio adequado para fechar artéria de um paciente. O cirurgião diz ter sido informado pela direção do hospital sobre a indisponibilidade do material.
No segundo vídeo, o médico diz ter sustado a artéria com sucesso, mas sem o fio adequado para executar o procedimento. Segundo ele, fez um “milagre” com os materiais disponíveis na unidade hospitalar.
Conforme o médico, o intuito do vídeo não é travar guerra com os “poderes superiores”, mas sim protestar contra a falta de insumos nas unidades médicas de Manaus, e colocar fim na responsabilização da classe médica por isso.
Resposta
O vice-governador e secretário de saúde, Carlos Almeida Filho, se manifestou em uma rede social, sobre a crise na saúde do Estado mas não citou diretamente a denúncia de falta de material médico no hospital Platão Araújo.
O secretário deu resposta genérica sobre a crise e dos esforços do governo em lidar com a situação caótica da saúde no Amazonas.
“Todos são partes da solução e nós agradecemos a todas as críticas e comunicações que nos ajudam a resolver os problemas urgentes. Contamos com a ajuda de todos e vamos juntos mudar esse quadro,” finalizou o secretário.
Em nota, a Secretaria de Saúde (SUSAM), informou que o tipo de fio Polipropileno número 6-0, usado especificamente em procedimento cirúrgicos vasculares, nunca fez parte do padrão do hospital Platão Araújo, mas que foi entregue às equipes médicas de todas as especialidades cirúrgicas o formulário para que indicassem o tipo de material padrão necessário.
A Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) informou que já está providenciando o processo de compra do material, e que isto só ainda não ocorreu porque não há ATA registrada.
Leia a nota da SUSAM na íntegra:
A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informa que os problemas estruturais do setor, que têm sido relatados por diversos meios, são também a maior preocupação do atual governo, que assumiu há pouco mais de um mês. A situação crítica e crônica encontrada foi informada à população pelo vice-governador e secretário estadual de Saúde, defensor Carlos Almeida, na primeira semana de governo. A nova gestão vem trabalhando para organizar o setor, tendo como prioridade o abastecimento das unidades e o pagamento dos serviços terceirizados que empregam mão-de-obra.
A secretaria reconhece o esforço de todos os abnegados profissionais de saúde, que têm ajudado a manter os serviços funcionando, assim como os gestores, corpo técnico e corpo administrativo. A Susam entende que todos são parte da solução, porque todos querem melhorar a saúde pública do Amazonas.
Cabe também esclarecer, em relação à falta de um material de sutura relatada por um profissional na mesa de cirurgia do Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo:
1. O tipo de fio Polipropileno número 6-0, usado especificamente em procedimento cirúrgicos vasculares, nunca fez parte do padrão da unidade.
2. Conforme informou a direção da unidade, só recentemente iniciou-se a alteração do padrão, processo que conta com a participação da equipe médica que indica quais os materiais são necessários para realizar os procedimentos.
3. Foi entregue às equipes médicas de todas as especialidades cirúrgicas o formulário para que indicassem o tipo de material padrão necessário. Mesmo sem ter tido as respostas técnicas que indicassem a necessidade desse tipo de material em cirurgias vasculares, a direção do hospital informa que, em janeiro, solicitou à Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) a compra do fio Polipropileno numero 6-0.
4. A Cema informou que já está providenciando o processo de compra do material, e que isto só ainda não ocorreu porque não há ATA registrada para a licitação e que, portanto, está realizando a compra com dispensa de licitação.
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