Oferta insuficiente de medicamentos e
exames, necessidade de qualificação do pré-natal, valorização dos
profissionais e superlotação nas maternidades. Esses foram alguns dos
temas apresentados pela presidente do Sindicato dos Médicos de
Pernambuco (Simepe), Claudia Beatriz, que participou na tarde desta
terça-feira (21/05) da audiência pública sobre a atenção obstétrica do
município de Olinda, no Ministério Público de Olinda.
Na ocasião, representantes estaduais e municipais opinaram e
explanaram suas opiniões sobre o tema em questão, apontando problemas,
soluções e apresentando dados sobre a rede de saúde do município e do
estado, relacionada ao pré-parto, parto e puerpério.
Também discutiram sobre a necessidade do planejamento reprodutivo, os
cuidados com as doenças desenvolvidas ao longo da gestação, cuidando
para que não evolua para o alto risco, nem para o crescimento nos
índices de mortalidade materna. Foram abordados ainda a ampliação e
qualificação da cobertura da atenção básica, os déficits de
profissionais na rede, as transferências de pacientes entre os
municípios e outros assuntos, não só restritos ao município de Olinda,
mas também em toda a rede estadual.
“Existe um percentual elevado de mulheres grávidas que desenvolvem
doenças tratáveis que diminui complicações de alto risco, mas não se
está conseguindo detectar isso no período adequado, que é no pré-natal.
Quando visitamos as maternidades, vemos mulheres amontoadas nos
corredores, em leitos improvisados, porque não existem mais leitos
suficientes para atender a alta demanda”, ressalta a presidente do
Simepe.
Como foi comentado durante a reunião, é preciso regionalizar a assistência ao parto, evitando que haja peregrinações dessas mulheres entre os municípios. “Estamos vivendo um cenário desolador. Espero que a gente consiga sair daqui com algo concreto sobre esse debate, com a esperança de transformar essa realidade e buscar soluções para toda a rede”, complementa.
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