Cirurgia foi cancelada pelo menos três vezes no Hospital Geral de Roraima por conta da falta de materiais
Denunciante afirma que Hospital Geral sofre com falta de abastecimento - Edinaldo Morais/Roraima em Tempo |
Uma mulher, que preferiu não se identificar, procurou a reportagem do Roraima em Tempo
para denunciar as condições em que se encontram o Hospital Geral de
Roraima (HGR), o maior do Estado. Ela esteve nas últimas semanas na
unidade de saúde para acompanhar o marido internado.
Ela relatou que a situação do hospital é caótica e muitas coisas
precisam ser feitas para melhorar. Tudo começou no dia 7 de abril de
2019, quando o marido dela sofreu um acidente de trânsito e ficou 14
dias internado. Devido à gravidade dos ferimentos, ele foi submetido ao
procedimento cirúrgico no mesmo dia.
"Ele teve várias fraturas no punho, região do braço e na mão. Fizeram
a cirurgia do braço, que era para fechar o que foi aberto e colocar o
expositor. Duas semanas depois o liberaram, uma alta totalmente errada.
Nenhum médico fez avaliação e nem receitaram nada, apenas deram
encaminhamento para próxima cirurgia", revelou.
Ainda de acordo com a denunciante, o próximo procedimento cirúrgico
foi agendado para o dia 6 de maio. Contudo, dois dias antes receberam
uma ligação do hospital, avisando que tinha sido cancelado devido à
falta de materiais. A nova data para a operação ficou agendada para 13
de maio.
"Levei-o ao hospital no dia 12 para que houvesse a internação prévia,
iniciando assim um jejum que deveria durar 12h. Após tudo isso tivemos a
notícia que a cirurgia não iria mais acontecer pela simples falta de
kit básico dentro do centro cirúrgico, como escova para limpar as mãos
dos médicos, que custa R$ 4. É um total descaso com a população que
depende do serviço público", desabafou.
Sem conseguir se submeter ao tratamento, o paciente continuou
internado no HGR com a esperança de a cirurgia ser realizada nos dias
seguintes. Porém, conforme a esposa relatou, não teve, e ele foi
liberado pelos médicos sem data para retornar ao hospital, mesmo estando
com o quadro clínico grave.
Sem perspectivas de conseguir a cirurgia no Hospital Geral, o casal
decidiu procurar atendimento em uma unidade de saúde particular, mas o
valor da cirurgia é elevado. Mesmo assim, espera conseguir arrecadar o
dinheiro.
"O primeiro orçamento que a gente fez da cirurgia custa R$ 45 mil. Eu
não tenho condições, mas farei o possível porque esperar por esse
governo é complicado. Marquei consulta com médico particular para saber
pelo menos qual remédio ele deve tomar, já que pelo estado não
receitaram nada", contou.
A denunciante criticou a situação em que se encontra o maior hospital
de Roraima e espera que providências sejam tomadas. "Isso é um total
desrespeito do governo, da Secretaria Estadual de Saúde com o povo
roraimense. Meu marido pode sofrer graves problemas pela demora na
realização desse procedimento cirúrgico", lamentou.
A Secretaria de Saúde não se manifestou sobre a denúncia até o fechamento desta edição.
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